• Cuiabá, 08 de Junho - 2025 00:00:00

Digitalização de processos: sua empresa já atingiu a maturidade?


Rodrigo Gomes

Digitalizar processos deixou de ser apenas uma pauta de inovação para se tornar uma questão de sobrevivência. Dados recentes mostram que empresas que ainda insistem em métodos analógicos perdem em média 25% em eficiência operacional em comparação às empresas já digitalizadas. Esse cenário pressiona líderes a redesenharem com urgência seus processos internos, automatizando fluxos e aproveitando tecnologias que, mais do que reduzir custos, definem quem avança ou fica para trás no mercado atual. Mas, afinal, o que realmente significa digitalizar processos na prática – e por que isso se tornou tão relevante justamente agora?

Porque os avanços tecnológicos recentes trouxeram uma série de soluções novas – e cada vez mais poderosas – para a digitalização de processos. Um exemplo claro é a adoção da automação inteligente, que combina Robotic Process Automation (RPA) com técnicas de Inteligência Artificial (IA) machine learning e Business Process Management System (BPMS). Se nos anos anteriores o RPA já permitia automatizar tarefas repetitivas, agora a tendência é integrá-lo a sistemas capazes de tomar decisões básicas e lidar com exceções.

Essa chamada hiper automação – termo popularizado pelo Gartner – promete resultados expressivos: estimativas indicam que, nos próximos anos, empresas poderão reduzir até 30% dos seus custos operacionais, unindo tecnologias de automação avançada com processos redesenhados – o que significa automatizar tudo que for possível, de ponta a ponta.

Indo além do backoffice

Pouco a pouco, a automação está deixando áreas que geralmente iniciam a transformação digital, como o atendimento ao cliente, por exemplo, e chegando em setores que, hoje, ainda contam com processos muito manualizados, como o setor fiscal – o que traz velocidade e precisão no cruzamento de dados, além de dar mais segurança aos processos obrigatórios?. Outro ponto chave é a integração de plataformas: a convergência entre sistemas de automação, ERPs corporativos e computação em nuvem está criando fluxos de trabalho totalmente conectados e eficientes, otimizando cadeias produtivas inteiras através de dados em tempo real.

Também ganhou tração o uso de IA generativa dentro dos processos organizacionais. Soluções de linguagem natural e modelos generativos (como os desenvolvidos a partir do GPT) começaram a ser testados em atividades como elaboração de relatórios ou suporte na tomada de decisão. Uma pesquisa da PWC, divulgada em 2024, mostrou que quase todas as grandes empresas já experimentaram a IA generativa de alguma forma, embora apenas cerca de 20% a tenham implantado de forma ampla em suas operações – e com benefícios ainda desiguais?.

Outro pilar tecnológico é a democratização do desenvolvimento de processos. Plataformas de baixo código (low-code) permitem que profissionais não técnicos automatizem fluxos simples, criem formulários digitais e integrem sistemas arrastando componentes visuais, sem necessidade de programação pesada. Essa abordagem diminui barreiras e acelera projetos de digitalização, pois coloca o poder de otimização nas mãos das áreas de negócio. Com isso, observa-se uma cultura de maior colaboração entre equipes de TI e demais departamentos, fomentando soluções ágeis e sob medida.

Impactos nos modelos de negócio, produtividade e eficiência

Quando bem implementada, a digitalização de processos provoca saltos significativos de performance. Um levantamento da McKinsey & Company apontou ganhos médios de até 30% em produtividade em empresas que adotaram amplamente a automação digital em seus fluxos?. Tarefas que antes consumiam horas passam a ser realizadas em minutos ou segundos pelas máquinas.

O mesmo estudo indica que digitalizar processos pode reduzir em até 90% o tempo necessário para executar tarefas repetitivas?, liberando os colaboradores para focarem em atividades mais estratégicas e criativas. Essas estatísticas se traduzem em operações muito mais eficientes, com menos atrasos e retrabalho. A PwC, por sua vez, verificou casos em que a automação de processos elevou a eficiência operacional em até 80%?– um salto impressionante, fruto da eliminação de etapas manuais e da otimização contínua.

Além do ganho de velocidade, há impactos diretos na qualidade: processos digitalizados tendem a ser mais padronizados e monitoráveis, o que reduz erros e melhora a conformidade com normas e políticas internas. Os benefícios financeiros também ficam evidentes. Custos operacionais caem sensivelmente à medida que a empresa digitaliza fluxos de trabalho.

E há economias específicas: estudos registram reduções de gastos de até 30% em itens como manutenção de papel e impressões, e economia de até 90% em custos relacionados ao processamento e armazenamento de dados, quando migrados para sistemas digitais eficientes?. A equação é simples – menos papelada, menos retrabalho humano, menos falhas – e o resultado é mais produtividade por real investido.

Some-se a isso a possibilidade de expandir operações sem aumento proporcional de mão de obra, graças à automação escalável, e fica claro porque a digitalização impulsiona a margem e a competitividade. Não é exagero dizer que, ao otimizar seus processos internos, a empresa se torna mais leve e ágil, podendo ajustar-se rapidamente às demandas do mercado ou até experimentar novos modelos de negócio.

De fato, a transformação de processos abre espaço para inovações no modelo de atuação das organizações. Muitos negócios tradicionais descobriram novas fontes de receita ao migrar serviços para canais digitais ou criar produtos baseados em dados. Durante a pandemia, setores inteiros precisaram reinventar suas operações no formato online – de lojas fazendo vendas virtuais a escolas adotando ensino remoto – e isso acabou gerando experiências e ofertas inéditas que perduram no pós-pandemia?.

A esta altura, fica evidente que a digitalização de processos não é um modismo passageiro, mas sim um movimento estrutural que redefine a forma de operar dos negócios. Entramos em 2025 com a certeza de que processos digitais são o alicerce das organizações modernas, impulsionando ganhos de produtividade, qualidade e inovação sem precedentes.

Mais do que implantar ferramentas, trata-se de adotar uma mentalidade de aprimoramento contínuo, onde tecnologia e estratégia andam juntas. Empresas que abraçam essa visão colhem resultados expressivos – seja na forma de redução de custos e ganhos de eficiência, seja na capacidade de criar novos serviços, atender melhor seus clientes e reagir rapidamente às mudanças do mercado. Por outro lado, aquelas que hesitam ou tratam a digitalização apenas de maneira superficial arriscam perder relevância em um cenário cada vez mais dinâmico.

Rodrigo Gomes é Head da unidade de negócios Process Solutions da Selbetti Tecnologia.




Deixe um comentário

Campos obrigatórios são marcados com *

Nome:
Email:
Comentário: