Por Mariana Andrade e Isabella Cavalcante/Portal Metrópoles
O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, informou, nesta terça-feira (11/6), que o governo Lula (PT) decidiu anular o leilão público responsável por comprar 263 mil toneladas de arroz. A decisão foi tomada após as empresas arrematadoras do leilão apresentarem “fragilidades” para realizar a importação do alimento.
“A decisão é anular esse leilão e proceder novo, mais ajustados, para contratar empresas que possam entregar arroz de qualidade no melhor preço”, disse Pretto.
Ainda de acordo com o presidente da Conab, não há uma data definida para o novo leilão.
“Começaram os questionamentos se essas empresas têm capacidade técnica e financeira de honrar os compromissos com a quantidade expressiva de dinheiro público”, disse. “Pretendemos fazer um novo leilão quem sabe em outros modelos para que a gente possa ter as garantias que vamos contratar empresas com capacidade técnica e financeira”, explicou Pretto.
“Não pode colocar dinheiro público se tiver qualquer fragilidade ou dúvida”, disse o presidente da Conab.
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, reforçou que o governo não vai recuar e deve providenciar a abertura de um novo edital para a compra do grão. “A CGU [Controladoria-Geral da União] e a AGU [ Advocacia-Geral da União] vão auxiliar, vamos promover novo leilão, não vamos recuar”, afirmou.
“No conjunto das empresas uma maioria tem fragilidades, sendo que tem empresas consistentes e que participarão desse leilão quando acontecer novamente”, destacou.
O leilão do arroz
Na última semana, o Brasil comprou 263,37 mil toneladas de arroz. O volume adquirido corresponde a 87,79% do total de 300 mil toneladas do pedido inicial do governo. Para comprar o produto, a Conab desembolsou R$ 1,3 bilhão, dos R$ 1,7 bilhão liberados.
O pré-leilão foi marcado por uma batalha judicial para impedir a compra do produto importado, motivada pela resistência de setores produtivos gaúchos e parlamentares da oposição. Mas, ao final, a aquisição foi autorizada pela Justiça Federal.
Na última quinta-feira (6/6), a primeira remessa do alimento importado para conter eventual alta de preços do alimento após as enchentes no Rio Grande do Sul, estado responsável por 70% da produção nacional de arroz.
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