Alfredo da Mota Menezes
Entre tantas preocupações com o momento e o futuro apareceu mais uma. É mundial, mas no Brasil a coisa pega também, incluindo Mato Grosso. É a chamada geração nem-nem ou jovens, entre 15 e 29 anos, que nem estudam nem trabalham. Muitos não fazem isso porque querem, mas por circunstâncias e conjunturas onde vivem.
Mostrou pesquisa que em 2012 no Brasil a taxa era de 20% nessa faixa etária. Hoje, mais de 20 anos depois, se mantem no mesmo patamar dos 20%. É considerado um dos piores índices entre os países em desenvolvimento. Quando se lê sobre esse assunto logo aparece o exemplo da Irlanda que tinha uma taxa desses jovens em 21% e conseguiu, em dez anos, diminuir para algo como 9%.
No Brasil é citada a taxa de evasão do ensino médio como um dos motivos para esse número de jovens que nem trabalham e nem estudam. Também não tentar uma universidade, quando se tem o ensino médio, seria outro fator. Nas análises feitas sobre esse assunto se mostra que, se não tomar medidas no Brasil, poderia afetar o PIB, em trinta anos, em 10 pontos. Outro número alto para se preocupar.
É óbvio que Mato Grosso deve ter também sua taxa desse grupo de jovens. Não apareceu estatística mostrando isso em particular, mas se existe em todo pais aqui não seria diferente. O que se poderia fazer para encontrar esses jovens e tentar ajudá-los para que isso possa ajudar o próprio estado no future?
O governo federal criou, no final do ano passado, um programa nesse sentido: Pacto Nacional Pela Inclusão da Juventude. MT deveria participar dessa tentativa de inclusão, não deixar que esse trabalho ocorra somente em outros lugares e aqui não. É um trabalho, com fins úteis para a sociedade, que se teria que enfrentar.
Já há o abandono de estudantes do ensino médio. Agora aparece esse novo assunto dos que nem estudam e nem trabalham e parecem até invisíveis. Como ir buscá-los e trazê-los à luz? Na Irlanda arrumaram estimulo financeiro para os jovens e apoio do governo e da inciativa privada.
Apoio da iniciativa privada em países europeus deveria servir de modelo para MT também. Lá eles estão olhando para, entre outros fatores, a mão de obra no futuro do próprio país. Mão de obra para não importarem de outros lugares, com gastos extras e problemas idem, e tentar resolver esse assunto com sua própria gente.
MT deveria buscar onde estão esses jovens aqui no estado, começando pelos que abandonam o ensino médio, para tentar um trabalho conjunto com eles para não ter, como fazem outros países, que buscar mão de obra que estado tanto precisa. E vai precisar de forma crescente com as necessidades da agroindústria.
Qual seria melhor, ter mão de obra local ou buscar de fora e ter todo aquele gasto extra de arrumar acomodações e tudo mais? O bom senso o indica um trabalho desde agora, talvez pela Secretaria de Educação e a de Desenvolvimento Econômico, em conjunto, para começar algo nessa direção. Algo positivo para o futuro do estado.
Alfredo da Mota Menezes é professor, escritor e analista político.
E-mail: pox@terra.com.br
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