Por Lucas Neiva - Portal Congresso em Foco
Os dados da ferramenta Radar do Congresso demonstram a formação de uma ampla base de apoio ao presidente Lula na Câmara dos Deputados em 2023. O segundo semestre foi encerrado com 72% da Casa votando de acordo com a orientação do governo. Dos 16 partidos que não compõem o governo, dez são extremamente governistas, coincidindo em mais de 75% das votações. No sentido oposto, apenas dois partidos preservam o padrão de franca oposição: o PL e o Novo.
O Radar do Congresso compila os resultados do final de cada semestre do ano. Ao longo do primeiro semestre, apenas o Novo votava majoritariamente contra o governo, com 48% de governismo. O PL, maior partido da oposição, seguia a orientação do governo em 54% das votações. Esse período também consolidou o PT e PSB como os mais governistas, com 99% e 96% de votos favoráveis. Essa liderança se manteve ao longo do ano.
O final do segundo semestre demonstrou um movimento desfavorável para o governo em relação à governabilidade. Com exceção do PDT, PT e Psol, todos os partidos tiveram queda na taxa de adesão às pautas do governo em plenário. Esse momento consolidou o PL e o Novo como partidos efetivamente de oposição, encerrando o mês de junho com 27% e 20% de governismo.
A queda de governabilidade foi a principal preocupação do presidente ao longo do terceiro semestre, período marcado por uma reforma ministerial para aumento da base na Câmara. Os ministérios do Esporte e de Portos e Aeroportos foram reacomodados para incluir o PP e Republicanos, movimento acompanhado pela distribuição de cargos na cúpula da Caixa, incluindo a presidência.
Os resultados da reforma ministerial refletiram no comportamento das bancadas. Os partidos Republicanos, União Brasil e PP, principais beneficiados pelas mudanças, apresentaram aumentos em torno de 10 pontos percentuais na adesão às orientações do governo. Outros partidos de centro e centro-direita, como PSD e MDB, retornaram aos parâmetros do início do ano.
Entre o terceiro trimestre e o quarto, a tendência foi de estabilidade. Republicanos e PP seguiram com leve aumento no índice de governismo, acompanhados pelo PSD e pelo PSDB que, apesar de não compor o governo, apresenta porcentagens equivalentes às legendas da base. Leves quedas foram observadas pelo MDB e Podemos.
O PL e o Novo, apesar de apresentarem evoluções semelhantes de aumento e queda nos índices de governismo, demonstram um distanciamento gradual nesses índices. Ao final do primeiro trimestre, a diferença entre os dois era de 6 pontos percentuais. Ao fim do ano, o PL adere a 31% das orientações de governo, enquanto o Novo apoia 20%, estabelecendo com isso uma distância de 11 pontos.
AUTORIA
LUCAS NEIVA Repórter. Jornalista formado pelo UniCeub, foi repórter da edição impressa do Jornal de Brasília, onde atuou na editoria de Cidades.
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