• Cuiabá, 10 de Julho - 2025 00:00:00

Especialista em relações internacionais explica cenário do conflito Israel e Palestina


Rafaela Maximiano

O conflito entre Israel e Palestina é o tema da Entrevista da Semana. O FocoCidade conversou com o professor José Alexandre Altahyde Hage, especialista em Relações Internacionais da Escola Paulista de Política, Economia e Negócios da Universidade Federal de São Paulo (EPPEN/Unifesp)

A batalha, enraizada na história da região, se intensificou após o ataque do grupo terrorista Hamas contra Israel. O professor discute as origens do combate, o papel de organizações como o Hamas e o Hezbollah, o envolvimento de grandes potências como os Estados Unidos e Rússia e as perspectivas de uma solução. 

A entrevista também aborda aspectos do direito internacional; do Brasil que atualmente presidindo o Conselho de Segurança da ONU (a presidência é rotativa) - tem um papel limitado na mediação da rebelião; além de um possível impacto na economia brasileira e também mundial. 

“Em resumo, o conflito Israel e Palestina é uma questão altamente complexa e desafiadora que continua a afetar a estabilidade no Oriente Médio”, pontua Hage. 

Boa leitura! 

Para começar, poderia nos explicar brevemente qual é a origem desse conflito entre Israel e Palestina e como chegamos à situação atual?

A origem do conflito, ela é histórica. Basicamente, ela começa em 1947, quando no clima da Organização dos Estados Unidos, a ONU recém fundada, o brasileiro Osvaldo Aranha, ele reconhece o direito de os judeus terem um Estado, onde ele está agora, no Oriente Médio, o Estado Judaico de Israel. Ali houve uma divisão territorial, já que havia lá, secularmente, milenarmente, a população árabe, que nós conhecemos como palestinos, mas também havia a população tão antiga quanto - até do ponto de vista bíblico, que era a população judaica. E a ONU se sensibilizou por causa do holocausto e votou para que tivesse um Estado Judaico, onde está agora. 

A divisão territorial, na minha opinião, ela foi muito mal feita, porque ela não dava contiguidade territorial, ela deixava espaços entre um povo e outro, lacunas. Isso é um ponto de vista que podia ser mais bem debatido, mas pouca gente fala disso, a divisão foi muito mal feita. E isso ajudou a fazer as contestações territoriais, essa primeira contestação foi uma guerra, uma reação armada de árabes contra os judeus, agora israelenses, que já habitavam a região. Israel ganha a guerra de 1947, foi a primeira guerra. Israel ganha a guerra e amplia o território. Daí por diante o conflito só cresceu, porque cada guerra que Israel teve que enfrentar, ganhava mais terra. Então, por exemplo, a de 1947 ampliou o território israelense. A de 1967 também ampliou muito o território. Israel tomou, por exemplo, o Sinai, que era do Egito, e tomou as colinas de Golã, que era da Síria. 

O Sinai foi entregue para o Egito em 1978, quando o Egito reconhece a existência diplomática de Israel. As colinas de Golã não, estão com Israel até agora, até porque a Síria não reconhece a existência de Israel, ou seja, Israel tentou trocar reconhecimento por terra, o Egito aceitou e ficou com o Sinai, e a Síria não e ficou sem as colinas de Golã. Mas eu acredito que, mesmo agora, Israel também não tem interesse mais em entregar as colinas de Golã, porque é um centro de controle militar bastante importante. Então, resumidamente, a guerra e o conflito entre os dois povos começaram assim. 

Pode nos explicar o que é o Hamas, como ele chegou ao poder na Faixa de Gaza e por que ataca Israel?

O Hamas nasce em 1987. Ele é um grupo que existe como uma alternativa, vamos dizer assim, mais radical e revolucionária à OLP que é a Organização para a Libertação da Palestina, uma organização política e paramilitar da Liga Árabe desde 1964 como a única representante legítima do povo palestino. Então a OLP seria o grupo original de governança da Palestina, só que a OLP, de certa forma, ela foi muito criticada de início por contemporizar com Israel. E, Israel seria então um grande inimigo, ou seria o responsável pela não existência territorial em alto grau da Palestina, e se culpava a OLP e o Fatah, que era um grupo também da OLP, como responsável por essa morosidade de querer fazer acordo com Israel e contemporizar com o inimigo. 

O Hamas, ele é fruto disso, ele é a contestação de uma parte dos palestinos que monta esse grupo Hamas com o apoio do Irã. O Irã, então, ele fornece apoio militar e econômico ao Hamas para que ele continue a luta contra Israel, ou seja, essa luta que é configurada agora como um terrorismo, mas ela não é só de caráter terrorista, ela é também uma projeção militar que a Palestina, ou que a parte da Palestina oferece para lutar contra Israel.

O Hamas, então, é fundado em 1987 como uma dissidência da OLP. O Hamas não acredita na contemporização, ou seja, em acordos com Israel, ao contrário do que vinha fazendo a OLP e o Fatah, que eram grupos que, originalmente, responsáveis pela governança de Gaza e também do outro lado da Cisjordânia, onde está Ramallah. E isso é a situação. Então, a existência do Hamas, ela se dá em grande parte por causa disso. O Hamas não acredita na contemporização, em acordos de paz com Israel, pelo menos não nos termos que a gente acredita nos dias de hoje. 

Além do Hamas, existem outros grupos terroristas ou organizações armadas na região que têm um papel significativo no conflito? 

Sim, além do Hamas, há outros grupos. No fundo, o Hamas, que é considerado radical, é menos radical do que os outros dois. Por exemplo, o Hezbollah, que vive praticamente no sul do Líbano, é um grupo bastante forte e organizado, que tem grande influência no Líbano, e da mesma forma que o Hamas também é financiado pelo Irã. O Hezbollah manda em boa parte do Líbano, e o Hezbollah também tem um grau de solidariedade com o Hamas. O Hezbollah e o Hamas, embora sejam divergentes em alguns pontos, mas eles são concordantes quando o assunto é hostilidade ou posição armada a Israel. Tanto é assim que o Hezbollah agora efetuou um ataque limitado na fronteira do Líbano com Israel, já que a posição geográfica do Hezbollah é justamente o sul do Líbano.

O Hezbollah, então, é um partido ou um grupo armado também de apoio do Irã, e que é solidário nesse quesito ao Hamas. Pode ser solidário, inclusive, na luta armada, isso a longo prazo. Vamos esperar se eles vão fazer uma concordância, se vão montar um grupo em comum de guerra contra Israel.

Um outro grupo chama-se Jihad Islâmica, também de apoio ao Irã. O Irã é o responsável por esses grupos aí quase todos. O Jihad também atua dentro da Faixa de Gaza. O Hezbollah não, o Hezbollah fica no Líbano, mas o Jihad também atua dentro da Faixa em Gaza, e é considerado também mais raivoso que o Hamas. Só que ele é menos atuante, tem menos força, mas é também chamado de mais radical. No final das contas, o que é radical hoje parece ser moderado amanhã, como podemos ver. 

Como o conflito Israel e Palestina afeta a estabilidade da região do Oriente Médio e quais são as implicações globais desse conflito? 

O conflito do ponto de vista geopolítico, afeta de várias formas, por exemplo, o Irã é o país que apoia o Hezbollah no Líbano e o Hamas na Faixa de Gaza. Ora, nesse caso então, o Irã controlando o Hamas, que controla boa parte do Líbano, vai ter uma ascensão fabulosa. Se o Hamas consegue imprimir um grande ataque e intimidar Israel, que é o que eles esperam, certamente isso vai levar o Irã a ter uma projeção de poder dentro de Israel, ainda que não diretamente, mas vai criar uma pressão psicológica bem forte. Isso pesa, não pode dispensar esse peso, não. 

Outra questão é que também o Irã tem uma ascendência, uma influência dentro da Síria, que faz fronteira também com Israel. E pode, inclusive, incentivar a Síria a entrar também nesse conflito. A Síria não pode nesse momento, porque ela está totalmente destruída pela guerra civil, mas ela pode servir de espaço, ela pode servir de terreno de transporte de armas, de um lado para o outro.

E também pode piorar um pouco mais a situação, ou deixar mais complexa, à medida que os Emirados Árabes agora reconhecem diplomaticamente Israel, coisa que não havia. A Arábia Saudita não reconhece Israel, mas também há muito tempo não tem sido hostil, ou seja, tem tido um convívio urbano. E a Arábia Saudita tem diferenças políticas com o Irã. Então qual é a posição dela? É uma questão um pouco complicada aqui, não vai ficar do lado de Israel, porque eles não combinam, mas também não vai oferecer apoio ao Irã, porque eles competem pela hegemonia regional. Essa é uma questão importante. Sem falar na possível participação da Rússia nessa questão, porque a Rússia é o que garantiu, em boa parte, a existência do governo Assad na Síria, é uma simpática do Irã, mas também não pode ser hostil a Israel. Por quê? Porque a terceira maior minoria de gente em Israel, fora a dos árabes, é de judeus russos. Então a situação fica também bem complicada. 

Israel tem apoio dos Estados Unidos e o Irã da Rússia, tendo em vista a questão histórica e o atual conflito entre Rússia e Ucrânia, onde a Ucrânia tem apoio dos EUA, é possível haver um apoio financeiro ou militar da Rússia ao Irã e ao Hamas? (Alguns veículos de comunicação chegaram a mencionar que os drones usados no ataque da contra Israel seriam russos...) 

Não, não se pode falar que a Rússia esteja apoiando o Hamas ou qualquer grupo árabe. Por uma questão, inclusive, muito prática. Você tem dentro de Israel uma parcela, uma população russa bastante alta. Você tem, por exemplo, vários anúncios de comércio, de rua, placas de rua em Israel nas três línguas. Em árabe, em hebraico e russo. É uma surpresa para as pessoas que muitas vezes não sabem disso. As pessoas também não sabem que tem uma população negra em Israel bastante alta: judeus da Etiópia. Também, para quem não conhece Israel, vê com surpresa. Então, eu não vejo que a Rússia esteja envolvida diretamente apoiando o Hamas. O que pode ocorrer, é uma hipótese que eu tenho, é que o armamento que está caindo na mão do Hamas pode ser um desvio da Ucrânia, ou seja, os Estados Unidos e a Europa enviando um grau alto de armamento para a Ucrânia contra a Rússia, pode ser que parte desse armamento seja desviado para o Hamas. Essa é uma situação.

Outra questão de ampliação desse conflito pode ocorrer à medida - também é uma hipótese - à medida que o Irã se envolver diretamente na guerra como Estado, não somente financiando grupos, mas entrando nesse conflito contra Israel, isso pode ampliar bem mais essa complicação. Porque aí sim, aí pode exigir a posição das outras superpotências, no caso da Rússia e no caso dos Estados Unidos.

Por exemplo, a ideia de os Estados Unidos enviarem um porta-avião agora para o Oriente Médio, para as proximidades de Israel, pode ser mais de um caráter simbólico do que militar. Simbólico na medida assim, olha, nós somos a grande potência, uma grande potência quer dizer que também tem o interesse no Oriente Médio, e nós estamos aqui para controlar ou para nos esforçar para que a guerra não saia dos limites, ou seja, entre Israel e o Hamas. Poderia ser um recado, olha, outra potência que se intrometer nesse conflito, eu vou ter que também tomar uma posição firme. Pode ter essa leitura. 

Qual é o papel da comunidade internacional, incluindo organizações como a ONU, na busca por uma solução para o conflito entre Israel e Palestina? 

Eu acredito que o que se chama comunidade internacional, simbolizada pela ONU, tem muito pouco a fazer. Por quê? Porque, primeiro, Israel é um país que, embora muito pequeno, ele é uma potência do Oriente Médio. E, dificilmente, uma potência como Israel, ela se dobraria a uma grande pressão, uma pressão direta de uma outra potência. Isso é uma questão. 

Há um senso comum que leva em consideração que os Estados Unidos dominam Israel, ou mandam em Israel. Isso não é verdade. Isso é mito. Agora, vamos supor que queiram fazer alguma coisa. No âmbito da ONU, no Conselho de Segurança, eu não acredito que isso seja possível nesse instante. Por quê? Porque nem as potências do Conselho de Segurança: a China, os Estados Unidos e a Rússia, têm claro como lidar com esse assunto. E podem transformar a guerra do Oriente Médio como uma espécie de guerra de procuração entre uma potência do Conselho e outra. 

Um exemplo disso. Os Estados Unidos apoiam Israel, tanto que já enviaram aí um porta-avião. Tudo bem. Então, categoricamente, os Estados Unidos apoiam Israel. A Rússia tem uma simpatia pelo Irã, mas não é contra Israel. Apoia o Irã por uma questão de princípio geopolítico, não é cultural. E não vai querer aprofundar uma guerra, não vai querer fazer com que o Irã, por ser aliado russo, que ele entre nessa guerra em nome das diferenças entre os Estados Unidos e a Rússia. 

A China é muito pragmática. A China tem compromisso com o Irã? Tem, mas é por causa do petróleo. A China não tem vontade de se intrometer nesse assunto. Então, o que pode acontecer? É uma pressão indireta. É cada grande potência conversando com Israel de um lado e palestinos de outro, no caso Hamas, e fazer com que eles baixem a bola. Mais do que isso, eles não podem fazer. 

Não existe uma violação de Direitos Internacionais em não respeitar a divisão feita pela ONU, o território estabelecido anteriormente? 

A questão de Direito Internacional, na minha forma de ver, é o que menos pesa. A ideia de Direito Internacional, embora seja lúcida, seja virtuosa, nessa questão de Israel ela pesa menos. Inclusive há uma condenação, ou pelo menos uma crítica, dizendo que o próprio cerco da Faixa de Gaza é um delito, é um erro perante o Direito Internacional, agora ninguém vai acreditar que Israel vai baixar a guarda por causa disso. Na verdade, Israel tem sido condenado perante o Direito Internacional há uns 30 anos no âmbito da ONU e nunca aconteceu nada, e eu acredito que também não vai acontecer nada. Até porque Israel também não é o único caso, talvez seja o mais evidente de desrespeito do Direito Internacional. Mas há vários outros que não entram na pauta, por exemplo, se for mexer a fundo nessa casinha de abelha, vai aparecer a questão do Tibete, já está aí a questão da Ucrânia e outras. 

Política Externa Brasileira: recentemente, o Brasil ocupou a presidência do Conselho de Segurança da ONU. Como a política externa brasileira está lidando com questões relacionadas ao conflito Israel e Palestina? 

O que o Brasil pode fazer no Conselho é apelar à boa vontade dos atores, não tem muito o que fazer. O Brasil não tem projeção de poder para se intrometer naquela guerra. O Brasil não tem condição para tanto. Do ponto de vista, como se diz, de soft power (poder brando - uma expressão usada na teoria das relações internacionais para descrever a habilidade de um corpo político) também não tem alcance, porque no Conselho de Segurança tem que contar com a boa vontade dos Estados Unidos, da China, da Rússia, da França, da Grã-Bretanha. Esse jogo não é fácil, como eu disse há pouco, as grandes potências têm uma atuação limitada nesse caso. O que o Brasil pode fazer é oferecer os chamados bons ofícios, apelar para o bom senso, apelar por acordos, mas não pode passar disso. 

Como as tensões no Oriente Médio, incluindo o conflito Israel e Palestina, podem afetar a economia brasileira e as relações comerciais do país com a região?

Indiretamente pode. Mas diretamente a economia brasileira não vai ser afetada. Mas é claro que atrapalha. Primeiro, porque a guerra também tem uma componente psicológica. Ainda mais naquela região ali, que é o Oriente Médio, uma guerra entre Israel e parte de palestinos, no caso aqui Hamas, pode perturbar um pouco a economia internacional do petróleo. Israel não produz petróleo, e claro que no caso de Gaza também não tem uma única gota. Mas psicologicamente isso afeta sim, pode inclusive permitir ou forçar a subida do barril de petróleo na Bolsa de Nova York ou na Bolsa de Londres. E é claro, a subida do barril de petróleo em escala internacional pode contribuir para a carestia de produtos aqui no Brasil, que depende do óleo diesel, depende do transporte de estrada. O frete vai subir, enfim. Diretamente não, mas tem esse rescaldo, tem esse efeito colateral que não pode se desprezar. 

Quais são as perspectivas e desafios para uma resolução duradoura do conflito Israel e Palestina e para a estabilidade na região do Oriente Médio? 

Eu acredito que o Israel está sob um governo que é chamado, mas é linha dura. É um governo que procura contemporizar menos com os palestinos. E do jeito que escalou a violência, eu sou da opinião que Israel não vai sossegar enquanto não imprimir uma posição de destaque, uma posição de vantagem nessa guerra, ou seja, pode fazer um acordo, pode parar? Pode, mas a partir do momento que o governo Netanyahu acreditar que já há uma vantagem para ele fazer acordo, já há uma margem de manobra para o governo aceitar termos.

Só que isso para mim vai demorar um pouco, vai demorar mais uns 10 dias, 15 dias. Por quê? Porque o trauma para Israel foi muito grande. Israel não sofre um ataque desse desde o Yom Kippur, desde 1973. Aliás, até a impressão que esse ataque primeiro que ocorreu em um sábado foi feito já em lembrança à guerra do Yom Kippur, também que foi em outubro. Então, como o trauma foi muito grande, a impressão é que Israel, como se diz popularmente, ficou com a faca no dente. E só vai querer parar isso quando tiver uma vantagem de dizer: agora eu posso parar, vamos fazer um acordo? E isso não vai ser hoje não, nem hoje nem amanhã, porque enquanto não extravasar esse ressentimento que está em parte da sociedade israelense, isso pode servir de anteparo para que o governo israelense continue essa luta sem trégua. 

Considerações finais... 

Gostaria de pontuar sobre os acordos, que é assim, eu disse que o Netanyahu é um governante que já está com a faca no dente. Por quê? Primeiro, porque na composição de governo dele há membros que são mais radicais. Da mesma forma que há radicais no Hamas, também há radicais do lado do governo israelense, que também não querem contemporizar e também não querem saber de um Estado Palestino, também tem esse aspecto. E esse pessoal, embora em menor número, mas eles compõem o governo atual e o Netanyahu, de certa forma, também tem que contemporizar o interesse desse setor que apoia o seu governo. Isso é um aspecto. 

Um outro aspecto também, que vai pesar muito, é saber o que vai fazer com os reféns. A doutrina militar israelense é não contemporizar com terroristas, ou seja, é não ouvir, não aceitar acordos com terroristas, ou seja, a troca de prisioneiros teoricamente não existe na doutrina militar de Israel, só que na prática, eles vão ter que entrar num acordo. Aí, sim, é que vai ser difícil, porque, na minha opinião, o governo Netanyahu só vai querer entrar em negociação ou troca quando ele perceber que tem uma vantagem em que ele pode imprimir quais são as condições de acordo e da troca de prisioneiros.




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