Sonia Fiori
A Câmara de Várzea Grande realizou a sessão solene de entrega do título Sarita Baracat em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.
A solenidade foi presidida pela 1° vice-presidente da Mesa Diretora, a vereadora Gisele Aparecida de Barros – Gisa Barros (UB).
O vereador Bruno Lins Rios (PSB) integrou a sessão - perfazendo um dos títulos mais memoráveis da história da participação da mulher na política.
Sarita Baracat de Arruda - ex-prefeita de Várzea Grande, morreu aos 86 anos, em 2017.
História
A professora, advogada e líder política à frente de seu tempo, esculpiu sua trajetória em série de realizações que marcaram a história da “cidade industrial”.
Apaixonada por seu povo, tinha na educação a fórmula para a transformação.
Sarita Baracat foi casada com Manoel Benedito de Arruda, ex-presidente do Legislativo da cidade (no período em que Júlio Campos comandou o município), conhecido como “caboclinho” (falecido em 2006).
Vale lembrar publicação em A Gazeta – Sonia Fiori (maio 2011)
Líderes políticos que fizeram história em VG
Frase - "Espero que venha alguém com amor à terra. E o povo tem que exigir" - Por Sarita Baracat
Em seus 144 anos anos de fundação, Várzea Grande traz a marca de líderes políticos, mulheres e homens, que ajudaram sobremaneira na transformação do povoado em "Cidade Industrial", no auge do desenvolvimento da economia. O atual cenário, de estagnação da administração pública, também é comentado neste especial pela primeira prefeita eleita do município e também no Estado de Mato Grosso, Sarita Baracat, e pelo ex-gestor municipal, ex-governador e deputado federal Júlio Campos (DEM), propulsor de avanços como os relacionados à urbanização da cidade.
A "guerreira" Sarita foi também a responsável pelo decreto, aprovado pela Câmara dos Vereadores, que instituiu a data oficial das comemorações do aniversário da cidade relativa à fundação do município, no dia 15 de maio de 1867. Como tesoureira da gestão de Gonçalo Botelho de Campos, primeiro prefeito eleito do município em 1949, encontrou referência no centenário de fundação para inserir Várzea Grande no calendário de datas alusivas.
Ela nasceu na cidade, em 29 de dezembro de 1931. Filha de libaneses, Miguel Baracat e Warda Sain Baracat, é dona de uma trajetória pontuada pela liderança estudantil, que mais tarde a projetou para o cenário político. Junto com a luta pelas conquistas do processo de redemocratização do país, veio a militância na antiga UDN. As ações de destaque confirmaram sua participação na gestão de Gonçalo Botelho, assegurando sua eleição como prefeita em 1966 para um mandato de três anos. Em 1978, ela se confirmava deputada estadual pela Arena.
Gestão desafiadora
Hoje, tem orgulho de lembrar da administração voltada de forma especial para a área da educação, setor onde atuou por 30 anos. O desejo de Sarita de promover melhorias para a cidade consolidou outras frentes de trabalho, com ações para ampliação da rede de distribuição de água. Em seu programa de governo, feito às pressas pela falta de tempo hábil, a gestora implementou uma política avançada para os padrões da época através da "corrida" por novos investidores. "Trouxe pelo menos 26 indústrias para a cidade. Para conseguir isso, doamos terrenos e isentamos impostos. Tive ajuda do jornalista Pedro Jucá, que tinha contatos em São Paulo e auxiliou nesse trabalho".
O perfil de administradora estava intrinsecamente ligado à postura disciplinada dela. "Sempre fui partidária e se precisavam de mim, não importava o quanto custasse, lá estava eu para colaborar". Ao lembrar de momentos ímpares, Sarita impõe o estilo pontuado pela fibra daqueles que não se permitem abater. "Passei por momentos difíceis porque não havia segurança. Eu dava proteção em muitas situações indo armada". Também foi responsável pela expansão de estradas como a avenida Castelo Branco, por abertura de vias de acesso à zona rural, dando sequência aos trabalhos que visavam maximizar o potencial econômico.
Alvo da oposição, não recuou dos objetivos. "Era difícil governar, dadas as dificuldades de renda. Mas eu pedia apoio e consegui ajudar a cidade, que era no período o terceiro município em termos de renda, antes da divisão do Estado". Naquele período, também colocou à prova a capacidade gestora. Encontrou a prefeitura com 8 folhas salariais em atraso. Com ajustes no caixa público e alternativas como permutas, que permitiram a quitação dos salários, assegurou o equilíbrio das contas. "Procurei visar o ser humano e hoje estranho algumas gestões. Se tem munícipe, tem que ter privilégio". Como delegada do Ministério da Educação, assegurou caminho para instalação de universidades da rede privada na cidade, além da criação de escolas agrícolas.
Esportes
Sarita deu atenção especial para o setor de esportes. Como presidente de honra do Clube Operário Várzea-grandense, fundado em 1949 por jovens da própria cidade e sob coordenação de D. Campelo de Aragão, então Bispo auxiliar de Cuiabá. O irmão, Rubens dos Santos, também atuou em defesa do clube, presidindo a entidade. Mãe de dois filhos, um dos mais renomados colunistas de Mato Grosso, Fernando Baracat e do secretário de Estado de Cidades, Nico Baracat, ela é simplesmente um dos mais belos exemplos da força e da grandeza da mulher da terra.
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