Rafaela Maximiano
A disputa pelo governo de Mato Grosso nas eleições deste ano está entre quatro candidatos e a sete dias do pleito, o FocoCidade publica a entrevista com os postulantes ao cargo.
O objetivo é mostrar o diferencial dos candidatos sob os olhares dos problemas que o Estado enfrenta, soluções e posicionamentos quanto à democracia e sistema eleitoral brasileiro.
De acordo com dados da Justiça Eleitoral concorre à reeleição o atual governador Mauro Mendes (União Brasil) pela coligação PSDB/Cidadania, União Brasil, Republicanos, PL, MDB, PODE, PSB e PROS, compõe a chapa o vice-governador Otaviano PIvetta (Republicanos).
Márcia Pinheiro (PV) pela coligação composta pelo PT, PV, PCdoB, PP, PSD e Solidariedade, seu candidato a vice é Vanderlucio Rodrigues (PP).
Pastor Marcos Ritela (PTB), seu candidato a vice-governador é Alvani Laurindo (PTB).
E, Moisés Franz (PSOL) pela federação PSOL/Rede, seu vice é Frank Melo (PTB).
O candidato Moisés Franz não respondeu às perguntas.
A todos foram feitas as mesmas perguntas: na sua avaliação qual maior problema que Mato Grosso enfrenta atualmente e como se propõe a resolver caso seja eleito governador?; qual sua proposta de programa de governo que inova e pode interferir positivamente na vida do mato-grossense, e, há em Mato Grosso uma divisão entre ricos e pobres?; a respeito do voto eletrônico: acredita que o sistema eleitoral é confiável?; como vê os ataques que parcela da população faz à democracia do país? Considerações finais...
Confira a Entrevista da Semana na íntegra:
Mauro Mendes
- Ainda há uma disparidade de crescimento entre as regiões e o que estamos fazendo é ajudar os municípios a encontrarem seus caminhos, suas potencialidades, e com isso conseguir levar qualidade de vida para os mato-grossenses de todos os cantos do Estado. Não podemos mais ter regiões ricas e outras regiões pobres, esquecidas. O Vale do Araguaia é um exemplo. Era conhecido como o Vale dos Esquecidos e, agora, com os fortes investimentos que temos feito lá, especialmente na Infraestrutura, já se intitulam como Vale da Prosperidade. Nesse eixo, temos firmado centenas de convênios com as prefeituras para construção e recuperação de asfalto urbano, construção de praças, casas populares, ginásios, reforma de hospitais municipais, e melhorias de todo tipo. Cabe a nós, se reeleitos, continuar esse trabalho de trazer desenvolvimento, emprego e perspectivas melhores a toda a população.
- Não temos a intenção de reinventar a roda, mas fazer aquilo que funciona. Nesse sentido, posso destacar os investimentos na Educação, que já tem dado resultados com a melhoria no IDEB. Já entregamos notebooks aos professores, estamos entregando chromebooks para os alunos usarem, TVs Smart em cada sala de aula, material didático de ponta e o sistema de ensino aplicado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Queremos inserir o Metaverso no ensino público do Estado. Hoje em dia nossos alunos são conectados, e precisamos nos adaptar a essa realidade para que as aulas sejam atrativas e eles absorvam melhor o conhecimento. Uma Educação que funcione, e vocacionada ao mercado de trabalho com o ensino profissionalizante, para que nossos estudantes saiam da escola com um futuro encaminhado. Não vejo essa divisão de ricos e pobres. No índice Gini, que é referência no assunto, Mato Grosso é um dos estados com menores índices de desigualdade. Somos o segundo Estado com menor taxa de desemprego. Ainda há muito a melhorar, mas estamos no rumo certo.
- Sim. O sistema eleitoral é confiável.
- Vejo que é um número muito pequeno de pessoas contrárias à democracia. Nosso sistema político tem sim falhas, mas é sólido, e não acredito que esses posicionamentos representem risco.
Márcia Pinheiro
- Com certeza, é atuar contra à fome e possibilitar melhor assistência à saúde. São tantas as mazelas, que fico estarrecida diante de tanto abandono. Mais de dois milhões de pessoas sofrem com a insegurança alimentar em Mato Grosso, o que representa mais de 60% da população. Os números são estarrecedores. Eleita, meu primeiro ato como governadora será me reunir com a Assembleia Legislativa de Mato Grosso para poder remanejar uma fatia do orçamento do Estado, pelo menos R$ 100 milhões, para combater a extrema pobreza e à fome. Não dá mais para termos filas de ossinhos por aí, para ficar inerte mediante um Estado tão rico como o nosso. Ficar com caixa no azul em detrimento de tanta gente. Não faz sentido. Além disso, vamos lançar o programa “Prato Cheio” que também vai garantir milhares de refeições por R$ 2 para o povo mato-grossense. Outro grande problema é na questão da Saúde Pública que está visivelmente precária, sem as mínimas condições de prestar um atendimento digno e de qualidade, fazendo com que quase toda demanda do estado seja direcionada para o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC). Para isso, vamos finalizar e entregar quatro novos hospitais regionais em Tangará da Serra, Juína, Confresa e Alta Floresta, além de abrir novas unidades de saúde especializadas para tentar desafogar e oferecer saúde pública de qualidade para a população mato-grossense, sem que precisem se deslocar para Capital para receber um atendimento especializado, por exemplo.
- A nossa grande obra é cuidar das pessoas. Esse é o sentido da minha candidatura. Eu acredito que posso fazer muito, mais do que a atual gestão, que é tão insensível, que desrespeita os servidores, que se mantém fria e distante ao sofrimento de mais de dois milhões de pessoas, que não tem certeza se irão comer e nem quando poderão comer. E posso afirmar que todas nossas propostas irão interferir positivamente na vida do mato-grossense. Mas posso citar como exemplo, o programa Cuidar da Gente, que é um programa de transferência de renda, que tem como objetivo de ajudar as famílias mais carentes de todo Mato Grosso, mas não ficaremos restritos. Na verdade, o que iremos implantar é uma política de qualificação, geração de obras e empregos. Eu preciso tirar as pessoas dessa condição de pobreza, possibilitar o poder de compra, atuar efetivamente no que é atinente ao Executivo. A política de assistência social não se restringe a entrega de cestas. O auxílio é emergencial, lógico. A fome machuca, mas eu tenho de possibilitar que essas pessoas, que tantos cidadãos e cidadãs, tenham o direito à uma vida digna. Eu vou oportunizar que as famílias do nosso Estado tenham segurança para cuidar de sua família. A respeito de estarmos vivendo em um estado dividido, eu não tenho a menor dúvida. São inúmeros exemplos que vemos aí, de um governador que não governa para todos, apenas para os ricos. Um governo que segrega, que privilegia os municípios com maior arrecadação em detrimento do pobre. O atual governador se gaba de ter um caixa no azul, mas como que pode isso ocorrer e as pessoas continuam no vermelho, tendo que enfrentar filas de ossinhos para garantir uma janta? Um homem tão insensível que teve a coragem de dizer que os ossos distribuídos são de qualidade. Pode ter a certeza de que Mato Grosso não terá mais uma gestão para poucos, para os ricos, em detrimento de quem atua de sol a sol para garantir o sustento. Por isso, eu digo e repito: eu vou colocar o pobre no orçamento. Eu vou fazer uma gestão municipalista, que aproxime o Paiaguás dos gestores municipais.
- Com certeza, vivemos em um país democrático e que é referência internacional pelo seu sistema de voto eletrônico. Não há o que se discutir a respeito, até hoje nunca tivemos sequer nenhuma eleição com histórico de fraude, então sim, eu acredito que o sistema é confiável.
- Resistir às constantes ameaças a nossa democracia é um dever. Penso que inexiste espaço, em qualquer esfera, para regimes autoritários e que desprezem, o diálogo e o livre direito à manifestação. É um dever em nome de tantos cidadãos achacados por impostos, reduzidos à miséria, aleijados do processo educacional, tolhidos de moradia, saúde e até mesmo da certeza de poder se alimentar, que estejamos sempre atentos. Eu tenho a plena consciência de que somente a participação popular pode fazer um país melhor, um Governo melhor, uma cidade melhor. E é por isso que eu sempre digo que quero ser uma governadora municipalista, porque acredito no poder do diálogo, no poder de ouvir e para isso é preciso estar perto dos municípios e saber das suas principais demandas. É assim que a democracia vai vencer sempre.
- Vamos fazer muito por Mato Grosso, e muito mais por você cidadão e cidadã que acredita, que tem esperança de um futuro melhor, pois é aqui que queremos continuar vivendo, criando nossos filhos, netos e bisnetos com a certeza de um futuro melhor e a construção de um Estado com oportunidades para todos. E o futuro só será melhor se tivermos à frente do Governo do Estado de Mato Grosso uma mulher com capacidade, sensibilidade e que prioriza as pessoas. Eu tenho a clareza de que não basta ter bilhões em caixa se esse recurso não chegar lá na ponta, promovendo o justo e equilibrado desenvolvimento regional e melhorando a vida das pessoas. Não adianta um Estado rico e um povo pobre. E é por isso que eu peço a vocês esse voto de confiança, porque é assim que vamos conseguir mudar e fazer um Mato Grosso para todos! Eu sou Marcia Pinheiro e sou a mudança que essa população, tão sofrida, precisa.
Pastor Marcos Ritela
- O maior problema que eu vejo hoje de Mato Grosso é a corrupção. Nós temos que resolver a corrupção e não é fácil, porque é todo um sistema. Um sistema que está corrupto, é a velha política, o toma lá e dá cá. Se nós resolvermos o problema da corrupção sobra dinheiro para a saúde, para a educação, para a segurança. E, conseguimos transformar o Estado de Mato Grosso no melhor estado do Brasil.
- Nós temos um plano de governo, temos que atingir todas as áreas. Tudo começa na Educação. Precisamos preparar o cidadão para enfrentar a realidade da sociedade, precisamos preparar aquela família que está recebendo uma bolsa, está recebendo um benefício do governo, procurar quem é, profissionalizar, preparar. Tudo começa, tudo passa pela Educação para transformar o Estado.
- Não acredito no sistema eleitoral. Porque um país como os Estados Unidos, um país de primeiro mundo onde foram feitos vários tipos de estudos e até hoje eles não colocaram a urna eletrônica. E, existem muitas denúncias. Na eleição passada houveram várias denúncias, reportagens que foram tiradas do ar a pedido do Superior Tribunal Federal (STF) pela BAND que tem alguns VTs rodando aí. Eu não acredito na urna eletrônica.
- Eu particularmente não vejo nenhum tipo de ataque por parte da população. Eu vejo ataque por parte de uma minoria, de alguns poderes, do STF, de alguns governantes que obrigam a população a tomar certos tipos de decisões, então a população não tem atacado a democracia, quem tem atacado a democracia é o próprio sistema e às vezes pensamos que estamos vivendo a democracia e estamos vivendo uma ditadura. A realidade do Brasil hoje é essa.
- Estamos vivendo um momento histórico dentro do Estado de Mato Grosso. Nós estamos vivendo dois lados, vendo denúncia e vendo pessoas sendo investigadas por corrupção. Estamos vivendo uma fase diferente que agora apareceu o nome novo e eu vim com projeto de mudança, um projeto para desafiar o velho sistema, a velha política. Para acabar com a corrupção, para levar Mato Grosso ao patamar que merece, para levar Mato Grosso ao lugar que realmente merece. Infelizmente, são escândalos e mais escândalos de corrupção e temos que acabar com isso. Para isso acontecer você eleitor vote consciente, vote no Pastor Marcos Ritela, meu número é 14 para governador do Estado de Mato Grosso, nesse você pode confiar. Juntos vamos fazer diferença e Deus abençoe a todos.
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