• Cuiabá, 13 de Setembro - 2025 00:00:00

Vivaldo Lopes: MT será uma ilha de prosperidade num oceano de retração econômica


Regina Botelho

“O cenário econômico do Brasil para 2022 sinaliza uma economia estagnada, com forte tendência à recessão. Inflação alta, juros elevados para contê-la, taxa de desemprego também alta, queda de renda, consumo das famílias reprimido”. Essa é a avaliação do economista Vivaldo Lopes.

Mas em relação ao Estado - a perspectiva é, no mínimo, de destaque - devendo ser o Estado um "diferencial".

A pandemia da covid-19 deixou um rastro de destruição na economia global em 2020 e uma das sequelas, sem dúvida, é a inflação - que cresce em vários países. 

Para o economista, o Produto Interno Bruto (PIB) vai continuar afetando a economia em 2022 e a expectativa é de que os preços de combustíveis, energia e alimentos continuarão subindo. Ele expõe que as incertezas políticas pressionarão para baixo os investimentos e o real continuará depreciado frente ao dólar.

“Trabalho com a estimativa de crescimento do PIB de 0,5%, confirmando retomada lenta da economia. O cenário internacional, com o recrudescimento da convid-19 na Europa, Estados Unidos e países asiáticos vai contribuir, negativamente, para tornar mais lenta a retomada da atividade econômica, pois haverá novos lockdowns e, consequentemente, desarranjo das cadeias de insumos”, pontua.

Lopes trabalha com expectativa de que a inflação somente dará os primeiros sinais de redução a partir do segundo semestre/2022, em razão da recessão nos dois primeiros trimestres. Ainda segundo o economista, a inflação somente se aproximará da meta (3,5%) em 2023.

Questionado sobre a política fiscal não estar ajudando o Banco Central a controlar a inflação, o analista ressalta que as falhas na política fiscal, alterações constitucionais para aumento de gastos em ano eleitoral aumentam as incertezas políticas e aumentam a inflação, além de afugentar as capitais e por conseguinte, dificultam ainda mais o controle da inflação e do câmbio. 

Na concepção do analista econômico, as estimativas para a economia brasileira em 2022 são de estagnação e recessão, com crescimento muito baixo (0,5%). 

Ele explica que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação deve chegar a 10,25% em 2021, e vai continuar pressionando os preços dos combustíveis (diesel, gasolina, gás), energia elétrica e alimentos, impactando o bolso da família brasileira, especialmente às que possuem renda familiar abaixo de três salários mínimos. “Não vejo alteração nesse quadro até o segundo semestre de 2022”. 

O especialista assegura que o ano de 2022 se apresentava, até alguns meses atrás, como o grande ano da retomada do crescimento econômico no mundo todo, mas com aparecimento dessa nova variante do coronavírus (ômicron) está destruindo todas as expectativas positivas.

“Está obrigando as maiores economias a paralisarem novamente para combater mais intensivamente o aumento das contaminações, internações e mortes. Além disso, a quebra das cadeias de suprimentos e logística produziu uma inflação global que está sendo transferida para todos os países,  o Brasil incluso. Será um ano muito desafiador, depois de dois anos de intenso combate à pandemia, com as consequências econômicas e sociais já conhecidas”, esclarece.

Mato Grosso

Ao contrário da economia nacional, em Mato Grosso Vivaldo Lopes realça que teremos outro ano de crescimento da economia local, impulsionada por mais uma safra recorde de grãos e fibras, pelos aumentos de preços e consumo das commodities agropecuárias.

“Grande volume de investimentos privados, do governo estadual e das prefeituras que iniciarão o ano em equilíbrio e com recursos em seus caixas graças ao bom desempenho das arrecadações em 2021. Mato Grosso será uma ilha de prosperidade num oceano de retração econômica. Um oásis de crescimento no meio de um deserto econômico”, crava o economista.




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