Rafaela Maximiano - Da Redação
O país vive um cenário político e econômico de tensão e conflitos devido ao embate entre o Presidente da República, Jair Bolsonaro, e o Supremo Tribunal Federal (STF). O momento delicado, que promete se estender pelos próximos meses gera reflexos diretos na posição ou busca de neutralidade acerca de temas polêmicos - leia-se as Reformas Tributária e Administrativa.
Vale lembrar que esses solavancos fazem mal para o país, especialmente quando a economia e ânimos estão esgarçados pelo contexto da pandemia da Covid-19.
A reportagem entrou em contato com a maioria absoluta da bancada federal mato-grossense, tendo em vista que o Estado possui oito deputados federais e três senadores.
O objetivo é saber como se posicionam os representantes de Mato Grosso em Brasília sobre dois pontos: os protestos marcados para 7 de Setembro a favor do presidente Jair Bolsonaro e considerados ataques ao STF; e ainda, a votação da Reforma Tributária na parte que prevê a taxação do imposto de renda para pessoa física que atualmente é isenta.
Em que pesem questionamentos dirigidos a ampla maioria da bancada, responderam o senador Carlos Fávaro (PSD) e os deputados federais José Medeiros (Podemos) e Rosa Neide (PT).
Até o final da edição desta matéria, alguns congressistas pontuaram que estavam em compromisso no interior ou se esquivaram, e outros informaram através de suas assessorias que se pronunciariam na próxima semana.
Confira a opinião de quem se posicionou:
Senador Carlos Fávaro
- Qual análise do Senador sobre os eventos marcados para o 7 de Setembro, a exemplo do convite aos caminhoneiros pelo cantor Sérgio Reis que têm como foco ataque ao STF?
“Os representantes dos caminhoneiros já desmentiram que estejam mobilizados para uma ação contra o STF. O 7 de Setembro é o feriado que celebra a independência do nosso país e é nisso que devemos focar. Temos uma pandemia e seus diversos efeitos para enfrentar. Todos os nossos esforços estão nesse sentido”.
- Qual sua posição em relação à reforma tributária na parte que prevê a taxação do imposto de renda para pessoa física que hoje é isenta, do micro e pequeno empresário?
“As alterações no texto do Imposto de Renda fazem parte de um debate que ainda está sendo travado na Câmara dos Deputados e ainda de uma forma muito preliminar. O texto precisa ser amadurecido e consolidado, precisa de mais clareza, não só para o mercado, mas para todos. Sabemos que algumas alterações são necessárias, mas ainda há muito o que se discutir acerca do que foi preliminarmente apresentado até o momento”.
Deputado Federal José Medeiros
- Qual análise do Deputado sobre os eventos marcados para o 7 de Setembro, a exemplo do convite aos caminhoneiros pelo cantor Sérgio Reis que têm como foco ataque ao STF?
“É mais um movimento. Só que esse mais forte e com mais pessoas com certa indignação por causa dos recentes acontecimentos que são notórios ataques à liberdade de expressão. Um cantor da envergadura do Sérgio Reis ter sua casa invadida com busca e apreensão por causa de ter falado isso ou aquilo, e não é a palavra desse artista que vão acabar com a democracia. O que acaba com a democracia é o desrespeito às leis importantes do nosso país como a Constituição. Me preocupa quando vemos jornalistas, artistas, deputados, sendo presos por que falaram isso ou aquilo. Não é próprio das democracias prender pessoas por causa da opinião. A minha avaliação é que vai ter muita gente apoiando o presidente porque isso é só um pano de fundo de um ataque maior que está sendo feito ao presidente Jair Bolsonaro no sentido de derrubá-lo, no sentido de provocar o caos no país. Têm feito uma ruptura acusando o presidente de ruptura. É como um bandido que corre e coloca a arma debaixo do cotovelo atirando para trás. É algo terrível o que está acontecendo no país nesse momento.
- Qual sua posição em relação à reforma tributária na parte que prevê a taxação do imposto de renda para pessoa física que hoje é isenta, do micro e pequeno empresário?
“Ela ainda está sendo discutida, não houve consenso nos temas que estão sendo tratados, não dá ainda para fazer o prognostico porque acabou chegando num certo impasse que boa parte do Congresso quer uma isenção maior e a receita já disse que não serve. Eu vejo que estamos chegando ao consenso de deixar tudo como está do que mudar tudo e ficar pior. Continua a discussão e não dá pra saber ainda como vai ficar”.
Deputada Federal Rosa Neide
- Qual análise da Deputada sobre os eventos marcados para o 7 de Setembro, a exemplo do convite aos caminhoneiros pelo cantor Sérgio Reis que têm como foco ataque ao STF?
“Os eventos que estão programados para o 7 de Setembro que iniciou com áudio e vídeo do cantor Sérgio Reis já perdeu muito a força inicial. É muito triste a gente ver um cantor sertanejo que é admirado por muitas pessoas pela sua voz, pelo seu trabalho musical ficar ameaçando a soberania e a democracia brasileira dizendo que vai juntar um grupo de pessoas e vai invadir o parlamento, quebrar o STF.
É uma pessoa já idosa e tem que cuidar do seu principal foco que é a música do que ficar ameaçando a democracia no Brasil. Eu vejo que a ida da Polícia Federal o questionar, a Polícia Federal aqui em Mato Grosso junto ao presidente da Aprosoja que é uma entidade que não pode se envolver com confusões políticas ou aprontar baderna no Brasil, fica muito ruim para um estado que é o maior exportador, respeitado no exterior tendo o líder da entidade que cuida da produção e dos produtores ameaçando o STF, quebrar parlamento. Acho que já perdeu a força, mas acho que qualquer atitude, fala nesse sentido coloca Mato Grosso em uma situação muito ruim em relação ao próprio país”.
- Qual sua posição em relação à reforma tributária na parte que prevê a taxação do imposto de renda para pessoa física que hoje é isenta, do micro e pequeno empresário?
“Infelizmente a Reforma Tributária que está sendo discutida no plenário da Câmara não é a reforma que ajuda o país a chegar em um patamar de maior justiça tributária. Ao invés de taxar as grandes fortunas, de taxar lucros e dividendos, grandes heranças, o governo faz uma proposta de que pessoas físicas continuem pagando fortemente imposto de renda e nenhum apoio ao pequeno e microempresário.
É uma reforma tributária que não equaciona o problema do país e muito pelo contrário, acho que perde uma oportunidade de aproximar quem tem muito de quem tem menos, nós temos o maior fosso entre os países democráticos do mundo entre quem concentra renda e quem não tem renda nenhuma. Esta reforma tributária não vai amenizar em nenhum aspecto esta situação atual do Brasil”.
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