Da Redação
A negativa do Governo Federal acerca da remessa de doses extras de vacinas anticovid para Cuiabá e Várzea Grande, após ter prometido o envio de mais imunizantes na esteira da Copa América, gerou reação do Governo do Estado.
Na noite de ontem, o Estado divulgou a posição do secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, que classificou como "fake news" o anúncio feito pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) - relativo às doses extras de vacina contra a covid-19.
Ocorre que o mesmo anúncio foi pontuado pelo prefeito de Várzea Grande, Kalil Baracat (MDB), logo após Cuiabá confirmar a destinação de mais imunizantes.
Vale lembrar que no dia 15 deste mês, o prefeito Kalil Baracat pontuou - após encontro com o presidente Jair Bolsonaro, acompanhado do senador Jayme Campos (DEM) e do secretário de Estado, César Miranda: “atendendo um pedido do senador Jayme Campos, o presidente da República, Jair Bolsonaro, nos recebeu, demonstrando desprendimento e o mesmo tratamento que teve para com Cuiabá e a preocupação de realizar os jogos da Copa América, de forma segura para todos, jogadores, populares, enfim, para demonstrar que é possível fazer um evento com segurança e aonde a comemoração e o futebol sejam as principais estrelas junto com a população”, disse o prefeito de Várzea Grande ao frisar que as doses extras de vacinas para Várzea Grande chegarão no mesmo dia que chegarão para Cuiabá.
Ontem (20), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, declarou em reunião da Comissão Temporária Covid-19 (CTCOVID) ao Senado Federal, que não estuda o envio de doses extras de vacina contra covid-19 para Cuiabá e Várzea Grande como compensação pela realização da Copa América. Porém afirmou que pode haver uma compensação de doses para todo Mato Grosso, por este ser um estado de fronteira seca e possuir grande extensão territorial.
E na sequência, veio a resposta do prefeito Emanuel Pinheiro assinalando que “com relação às demais cidades, eu não sei. Mas com relação à Cuiabá, estamos confiantes e reiteramos nossa confiança no governo federal. Vamos continuar insistindo para que o compromisso firmado publicamente com Cuiabá seja cumprido”.
Confira as informações disponibilizadas pelo Estado na noite de ontem, sobre a posição do secretário-chefe da Casa Civil acerca do tema - em relação ao anúncio de Pinheiro:
O Secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho Júnior, fez duras críticas ao prefeito Emanuel Pinheiro e ao deputado federal Emanuelzinho, por causa da divulgação enganosa de que Cuiabá receberia doses extras de vacina. De acordo com ele, a capital e a população “já cansaram de fake news”.
“Fiquei extremamente feliz quando os dois afirmaram que Cuiabá iria receber as doses extras de vacina contra o coronavírus. Nós do Governo achamos estranho, mas comemorei. Afinal toda ajuda é bem vinda. Contudo, sabíamos que o Ministério tinha que seguir o Plano Nacional de Imunização, pois caso contrário isso iria ferir os critérios do plano, mas não acreditava que seria possível uma divulgação enganosa como foi”, explicou.
Carvalho ainda destacou que é um absurdo fazer um anúncio sem nenhum lastro de verdade com um assunto tão sério como é a vacina. “Tentar usar uma situação tão séria como essa, ir a Brasília, gravar vídeo, em que o próprio ministro não fala nada, e espalhar aqui na Capital que conseguiu mais de 260 mil doses é brincar com a esperança da população”, afirmou.
O desmentido sobre a vinda de vacinas foi feito pelo próprio ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na Comissão Temporária da Covid-19, no Senado, durante uma audiência.
“Não há uma estratégia específica em relação a competição esportiva [Copa América]. Na realidade o que está em discussão, esses estados que têm grandes fronteiras secas com países vizinhos, está em estudo no PNI [Plano Nacional de Imunização] para se ampliar a vacinação nesses estados que territorialmente são grandes, mas que tem concentração demográficas pequenas, de tal maneira que o esforço pra ampliar a imunização não é tão grande, e do ponto de vista epidemiológico pode ser importante para conter prováveis variantes", disse o ministro ao ser questionado pelo senador Wellington Fagundes.
Para Carvalho, Emanuel ainda criou um constrangimento injusto ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro Marcelo Queiroga, pois nenhum deles deu garantia de doses extras, mas sim respeitosamente afirmaram que iriam avaliar o pedido do prefeito e foram honestos ao divulgar que não teria plano “adicional” de vacinação para as sedes da Copa América.
“É mais um lamentável episódio em que a população foi enganada. Não havia necessidade de fazer um alarde desse tamanho para tentar se promover. Faça o dever de casa, teste a população, abra leitos, ofereça assistência médica, que já vai estar ajudando e muito o povo da nossa querida Capital”, disparou Carvalho.
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