Sonia Fiori - Da Editoria
A expectativa de operação para produção em larga escala da vacina covid, a partir da conversão de laboratórios que produzem a vacina de uso animal, e que pode representar a resolução para a problemática da demora da obtenção de lotes no mercado internacional, remete à busca da devida celeridade do processo no Congresso.
É nesse cenário que o relator da Comissão Especial que trata do tema, senador Wellington Fagundes (PL-MT), confirmou reunião estratégica na próxima terça-feira (6) - antecipando assim os debates que estavam marcados para o dia 12 deste mês.
O encontro servirá para avaliar o campo de adaptação da indústria que produz a vacina de uso animal. A ideia é de remodelamento, passando a produzir o chamado "Insumo Farmacêutico Ativo - IFA", na matriz à produção da vacina covid.
Um dos transtornos enfrentados pelos gestores no país - leia-se Governos Federal e estaduais - e que são responsáveis pelo repasse dos lotes de vacinas aos municípios, se dá na seara das dificuldades para conseguir o imunizante de forma rápida. Na verdade, esse aspecto se tornou um enfrentamento, considerando por exemplo anúncio recente do governador Mauro Mendes (DEM) sobre aquisição de vacinas, mas com previsão para início da remessa a Mato Grosso a partir de maio - referente a 1,2 milhão de doses.
Eixo paralelo vem sendo conduzido por prefeitos. Uma frente nacional, da qual o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB) ocupa a função de vice-presidente do Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras, o Consórcio Conectar - representa a ofensiva de administradores na batalha para garantir imunizantes.
Conforme informações, até ontem - sábado (3), o Brasil passava de 19 milhões de vacinados com a primeira dose. É pouco. De acordo com o IBGE, a população do Brasil é da ordem de 212 milhões de habitantes.
No Estado, apesar de todos os esforços dos gestores, os lotes de vacinas chegam a conta-gotas, e se por um lado geram a esperança e a gratidão dos que integram grupos prioritários, por outro, também permite o campo da incerteza sobre o prazo para que o acesso seja "a todos" - ou maioria o que pode representar a "contenção" da doença.
O Brasil contabilizou ontem a triste marca de mais de 330 mil mortes em decorrência de complicações do coronavírus. Em Mato Grosso, mais 77 vidas foram ceifadas pela covid - dados conforme o boletim da Saúde de Mato Grosso.
Produção a partir da conversão
Ao ser lançada a proposta de produzir a vacina nos moldes dos laboratórios de vacina de uso animal, os questionamentos se atém não somente ao prazo, mas também em outros quesitos - como a garantia de insumos para a produção. São pontos a serem discutidos na próxima reunião.
Fagundes, autor da proposta, ressalta que "90 dias após autorização e a transferência tecnológica, que é apenas chegar a célula Mãe ou célula Semente , que vem numa pequena caixinha protegida com chumbo, e o Brasil pagaria os royalty ou o mundo poderá quebrar a patente por ser considerado uma ação de Guerra", cravou.
Acrescentou que "é a mesma técnica da produção de vacina contra a febre aftosa, a partir de vírus inativado".
Governo Federal
Conforme publicação do Portal G1, "o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou neste sábado (3) que, em uma conversa com Tedros Adhanom, presidente da Organização Mundial da Saúde (OMS), analisou-se a possibilidade de adaptar fábricas brasileiras de vacinas para animais para que elas passem a produzir vacinas para a prevenção da Covid-19 em humanos".
Em outro trecho, o G1 destacou análise do ministro. "Temos a Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto Butantan nos assegurando 30 milhões [de doses] no mês de abril", disse ele - pontuando ainda a publicação que "um dos problemas é que falta insumo farmacêutico ativo (IFA), um dos componentes básicos para fazer a vacina".
Diante desse cenário, o relator na Comissão Especial foi categórico: "estamos numa verdadeira guerra humanitária. Precisamos de união para salvar vidas".
A indústria
Em documento encaminhado ao Congresso, o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal, considera a possibilidade de debater com as autoridades o assunto, reiterando quadro para "produção de milhões de doses, garantindo assim a vacinação massiva da população". Quem assina é Emílio Salani - vice-presidente Executivo da entidade.
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