CONGRESSO EM FOCO
Integrantes do autointitulado “300 do Brasil”, que apoia o presidente Jair Bolsonaro e defende o fechamento de instituições democráticas, marcharam nesta madrugada, com máscaras e tochas de fogo, até o Supremo Tribunal Federal (STF), onde protestaram aos gritos contra a corte e o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news. O ato (veja o vídeo mais abaixo) se assemelha a manifestações feitas por racistas americanos da Ku Klux Klan.
As imagens também remetem às manifestações feitas por supremacistas brancos na Universidade da Virginia, em 2017, em Charlottesville. O episódio foi marcado pela violência deflagrada pelo movimento neonazista “Unite the right” (unir a direita, em português) contra a comunidade negra.
Em frente ao Supremo, os participantes do grupo, que está acampado na Esplanada dos Ministérios, fizeram uma performance, com fundo musical, e gritavam “ahu”, expressão que tem sido utilizada por movimentos de extrema-direita em vários países.
“Viemos cobrar, o STF não vai nos calar” e “Careca togado, Alexandre descarado”, repetiam os manifestantes sob o comando da líder, Sara Winter, um dos alvos do inquérito das fake news e da operação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal na última quarta (27). Sara fez novos ataques ao ministro depois da ação dos policiais e o desafio a prendê-la. Moraes remeteu o caso dela para a primeira instância nesse sábado.
Conforme noticiado anteriormente pelo Congresso em Foco, o grupo 300 do Brasil está fazendo treinamentos paramilitares, onde ensinam técnicas de desobediência civil e serviços de inteligência antirrevolucionária.
"Em nosso grupo, existem membros que são CACs (Colecionador, Atirador e Caçador), outros que possuem armas devidamente registradas nos órgãos competentes. Essas armas servem para a proteção dos próprios membros do acampamento e nada têm a ver com nossa militância", disse Sara à BBC News Brasil.
Além de terem entre seus membros gente que defende o fechamento do Congresso e do STF, líderes do movimento dizem que um de seus principais obejtivos é "exterminar a esquerda". O grupo, que se organizou por redes sociais e aplicativos de conversa, conta com apoio de parlamentares alinhados ao governo.
O grupo já é alvo de investigação pela Procuradoria-Geral da República, que respondeu a um pedido de abertura de inquérito por suposta "formação de milícia" apresentado pelos partidos de oposição.
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