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Se os governos tivessem investido em estudos já teríamos uma vacina, avalia Marcelo Sandrin

  • Em Geral
  • 22/04/2020 13:04:17

Rafaela Maximiano - Da Redação

Durante a pandemia do novo coronavírus, o Covid-19, as recomendações são claras: se você pode, fique em casa. Se precisar sair use máscaras, em hipótese alguma leve as mãos no rosto, olhos e boca. Deve-se evitar aglomerações e ter bons hábitos de higiene como a lavagem das mãos e a limpeza de superfícies que são constantemente tocadas, como por exemplo, maçanetas de portas. As dicas de prevenção são do médico Marcelo Sandrin, que trabalha como clínico geral desde 1987 e é também professor de medicina, especialista em clínica médica, doenças do coração e do pulmão.

Segundo o médico, a vida cotidiana de milhões no mundo inteiro foi afetada de alguma forma e nunca mais será a mesma. Após declarado a pandemia no Brasil, escritórios, lojas e fábricas fecharam e as pessoas estão isoladas dentro de casa. “Esse cenário naturalmente gera dúvidas em relação ao que costumavam ser tarefas como: posso sair de casa? Como lavar minhas roupas? Posso abraçar meus avós? E assim por diante. Ao mesmo tempo, surgiram questões novas e complexas. Existe teste para todo mundo? Não estou me sentindo bem, o que devo fazer? Mantenho minha consulta no médico ou cancelo? Como sei que estou com coronavírus? Apesar do isolamento preciso trabalhar, como farei?”, exemplifica o especialista.

Mas Marcelo Sandrin também enfatiza que apesar do isolamento social ser importante Mato Grosso é um estado que ainda foi pouco afetado pelo Covid-19. “Não tivemos ainda um pico da doença em Mato Grosso. E, os casos existentes são poucos. Talvez o isolamento social possa ter dado certo e evitado o contagio maior. Porém saberemos dentro de 15 a 20 dias se as medidas tomadas pelo Estado e Municípios foram positivas mesmo. Enquanto isso, estamos tendo tempo para aumentar o número de leitos necessários caso sejam descobertos novos casos e se preparar melhor. Graças a Deus as estatísticas divulgadas pelo Ministério da Saúde anteriormente não se concretizaram, do contrário já teríamos tido o pico da doença com mais pessoas infectadas”, disse.

Diretor-presidente do Hospital Santa Helena, em Cuiabá, e, associado da Federação das Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicos Prestadoras de Serviço na Área da Saúde do Estado de Mato Grosso – FEHOSMT, Marcelo Sandrin explica que para as pessoas que trabalham na área de saúde, pouca coisa mudou. “Todos buscam agir de uma maneira natural e esta é mais uma doença para se enfrentar. Estamos trabalhando todos os dias e a demanda tem aumentado. Não estamos em isolamento. Aqui no Hospital Santa Helena por exemplo, o número de partos aumentou consideravelmente, foram pelo menos mil este mês. Continuamos atendendo outras demandas como antes da pandemia. Vejo também que os governos esqueceram um pouco desses médicos e enfermeiros que estão na linha de frente, muitas vezes somos tratados como se não fizéssemos mais que a nossa obrigação e, na verdade são peças fundamentais no atual cenário”.

Em Mato Grosso, como afirma Sandrin não há concentração de casos do Covid-19 em um único hospital, mas a orientação em Cuiabá é que os casos suspeitos sejam encaminhados ao Hospital Júlio Mulher, Pronto Socorro e Santa Casa.

Quanto às dicas de prevenção para se evitar o coronavírus a principal — simples, porém bastante eficiente — é lavar as mãos com sabão após usar o banheiro, sempre que chegar em casa, antes de manipular alimentos após usar o transporte público e tocas em superfícies que outras pessoas também tiveram contato. “O ideal é esfregar as mãos por algo entre 15 e 20 segundos para garantir que os vírus e bactérias sejam eliminados. Essa é uma orientação básica para evitar uma série de doenças não somente o coronavírus”, alerta.

“Se estiver em um ambiente público, por exemplo, ou com grande aglomeração, não toque a boca, o nariz ou olhos. O vírus é transmitido por via aérea, mas também pelo contato. Por isso é importante usar máscara”, orienta o médico ressaltando que é por isso que também é importante manter o ambiente limpo, higienizar com soluções desinfetantes as superfícies da casa, móveis e o telefone celular, por exemplo.

Ao usar o transporte público durante uma epidemia, Marcelo Sandrin, orienta que ao chegar em casa, evite tocar em qualquer objeto ou interagir com qualquer pessoa antes de retirar os sapatos na porta de casa, a roupa utilizada durante o dia deve ser colocada para lavar, tomar banho e lavar os cabelos e limpar com produtos com álcool qualquer superfície que tenha sido tocada ao chegar em casa. “Também devemos a nossa casa restrita à família mais íntima e não receber visitas durante esse período”.

“Infelizmente a humanidade não aprende com seus erros. A coronavirose já ocorreu em outros dois momentos na história recente da humanidade, por volta de 2002 e 2013. Se os governos tivessem investido em estudos dela já teríamos uma vacina ou com certeza teríamos evitado essa pandemia mundial com uma transmissividade menos violenta. A boa notícia é que estudos Israelenses estão na frente, pois eles já tinham um estudo para desenvolver uma vacina para a coronavirose anterior e a estão adaptando-a”, informou.




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