Fábio de Oliveira
Prestes a verem sua cidade completar 239 anos, a população de Poconé tem poucos motivos para comemorar. Em que pesem as inaugurações, assinaturas de documentos e eventos previstos para a celebração, o fato é que o município, distante cerca de 100 quilômetros da capital de todos os mato-grossenses, não possui um plano concreto de desenvolvimento econômico com justiça social.
Bucólica, a porta de entrada do nosso Pantanal não fez parte do trem do desenvolvimento, que alavancou muitas cidades de Mato Grosso, colocando algumas delas inclusive entre as melhores do Brasil para se viver. Pelo contrário, ao longo das décadas, o que se viu foi uma rápida deterioração da estrutura existente, que já era insuficiente, privando de serviços básicos aqueles que mais precisam.
Não é necessário ser uma cidade com milhões de habitantes para se conseguir o desenvolvimento que Poconé tanto almeja. Dá para fazer isso hoje, neste momento, empregando bons exemplos de outros municípios com as mesmas características, que tinham os mesmos problemas e que hoje vivem dias muito melhores. E isso ocorreu, em muitos dos casos, com mudança de atitude, partindo dos próprios moradores.
A única coisa necessária é apostar em novas ideias, em soluções criativas, em medidas que embora aparentemente simples são bastante efetivas. Sempre é possível fazer mais com menos, sempre é possível inovar, sempre dá para se buscar mais. Exemplos disso estão espalhados por todo o Brasil, na Saúde, Educação, Infraestrutura, Assistência Social e no Empreendedorismo.
Poconé conta com uma enorme vantagem em relação a muitas cidades que também buscam seu desenvolvimento pleno: tem uma rica história, uma cultura que encanta e um povo acolhedor. Nossas expressões culturais, como os Mascarados e a cavalhada, que atraem milhares de pessoas todos os anos se juntam a belos cenários naturais, algo que só quem é a entrada do Pantanal é capaz de ter.
Em momentos como este, de celebração, é preciso mais do que comemorar. É fundamental que haja a reflexão da cidade em que vivemos e da Poconé que queremos para nós, nossos filhos e nossos netos. Sem esta parada, chegaremos aos 240 anos da cidade com os mesmos problemas, as mesmas dificuldades e, o que é pior, a mesma falta de perspectiva.
Por tudo que ainda passamos, nossos parabéns à cidade Rosa, de um povo hospitaleiro, honrado e trabalhador! Parabéns, Poconé.
Fábio de Oliveira é advogado, contador e mestre em ciências contábeis.
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