Da Assessoria
Os erros, acertos, dúvidas e incertezas na educação de crianças foram alguns dos temas abordados pela educadora parental, Lua Barros, na 1ª edição do “ECSA Convida”, na noite da terça-feira (26), em Cuiabá. O bate papo reuniu cerca de 150 pessoas, entre mães, pais e educadores, que tiveram a oportunidade de refletir sobre a criação de seus filhos e alunos, além da importância do diálogo nestas relações.
A conversa teve como base conceitos da Parentalidade Positiva, uma corrente filosófica criada a partir da década de 60 que estimula a relação entre crianças e adultos com mais respeito, diálogo e compreensão. Essa abordagem busca ainda um equilíbrio entre a educação autoritária e a permissiva. Para Lua, não há mais espaço na sociedade atual para nenhum destes modelos.
“Nós estudamos para tudo nessa vida e por qual motivo não estudamos como criar nossos filhos? Este pensamento de que basta seguir o instinto, que é só mandar que a criança obedece, não funciona mais hoje. As relações mudaram e continuam mudando. É preciso olhar para as necessidades da criança, ouvir o que ela quer, conversar sobre isso e prestar atenção às suas emoções”, pontua a educadora parental.
Durante o bate papo, Lua, falou sobre a importância do diálogo entre pais e filhos. Na Parentalidade Positiva, a escuta de crianças é fundamental para o entendimento nas relações, pois oferece aos menores não só a sensação de serem ouvidos, como desperta o interesse em também ouvir. “Já fui abordada por pais que contam, ‘mas eu falo, falo, falo e meu filho não obedece’. É justamente por isso! Muitas vezes os pais só falam, eles não escutam. Isso não é diálogo”, acrescenta.
A vinda da educadora parental a Cuiabá surgiu da descoberta da Escola Chave do Saber sobre o seu trabalho. De acordo com a diretora da unidade, Márcia Bezerra, a profissional é uma inspiração para os educadores da unidade, principalmente, por focar sua atuação nas relações entre crianças e adultos.
“O nosso propósito educacional é que os alunos entrem na ECSA ainda pequenos e cheguem até a adolescência sendo acompanhados. Por isso, conhecê-los desde crianças é tão importante”, disse Márcia.
Nascida em Pernambuco e moradora de Brasília (DF), Lua Barros conheceu a Parentalidade Positiva quando já era mãe de três filhos e ficou grávida pela quarta vez. Com o tempo, o que era estudo transformou-se em profissão e hoje a educadora ministra cursos, palestras e workshops pelo Brasil. O conceito foi aprimorado com a formação pela Posivite Discipline Association (EUA) e uma pós-graduação na Escola da Parentalidade, na cidade do Porto, em Portugal.
“Ser mãe parecia muito fácil, até que deixou de ser. Pensei ‘ou eu mudo as coisas em casa ou vou enlouquecer’. Daí fui estudar, buscar alternativas e compreender a maternidade e as relações com os meus filhos. O caminho é árduo, mas sempre há tempo de começar”, conta.
Mudanças – Além de abordar as relações entre pais e filhos, a Parentalidade Positiva também abrange o trabalho de educadores e cuidadores nas escolas. Lua Barros explica que assim como é para os pais, os educadores também encontram dificuldades na relação com as crianças.
“O educador não está mais em um púlpito. Ele tem que rever o seu papel na vida das crianças e este papel deve contar com diálogo. Não cabe mais ao educador a função de controlador. Hierarquia não deve estar relacionada a autoritarismo ou imposição, é uma relação de respeito mútuo”, reforça a educadora.
A diretora da ECSA, Márcia Bezerra, acredita que a mudança no comportamento dos profissionais é mais estimulada em escolas que colocam a criança no centro, como protagonista. Segundo ela, o modelo de educação que restringe os alunos já está ultrapassado. “Hoje, a criança ouve, mas quer falar também. Isto contribui com o desenvolvimento mais saudável, adequado e feliz. A escola que compreende os benefícios disso está ajudando na formação deste novo modelo”, finaliza Márcia.
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