Da Redação
O evento de inauguração do Hospital Municipal de Cuiabá - HMC, na noite desta segunda-feira (18), sendo obra de grande porte que promove um marco na saúde pública do Estado, e que reuniu no palanque fortes líderes políticos do Estado e da nacional do MDB, além de quatro ex-governadores, começou com a sinalização de um eventual clima mais ameno entre o governador Mauro Mendes (DEM) e o prefeito Emanuel Pinheiro, considerando sua integração ao ato e devidos cumprimentos, mas terminou com a clara posição de continuidade do campo de "enfrentamento" entre ambos.
Apesar dos aparentes acenos de possível "trégua", no discurso o chefe do Executivo estadual relatou as ações à cargo de sua administração para dar início ao projeto do HMC - destacando o papel preponderante do então governador Pedro Taques ao destinar à Capital, no período - exercício 2015, R$ 50 milhões que somados aos R$ 30 milhões de contrapartida da prefeitura, deram sequência ao projeto.
Depois de reportar esse contexto e de citar o trabalho do prefeito atual em dar andamento à obra, Mendes "provocou" Pinheiro. Ainda no discurso, disse que "ficou sabendo pela imprensa" sobre a "obra inacabada" citada pela gestão do prefeito. Assim, de posse de um envelope Mendes disse que os dados comprovando as medições - e licitações, constavam em mãos e entregou a Pinheiro.
A posição do governador, de dar resposta no ato ao prefeito, também resultou em vaias de uma parte da plateia da base do prefeito. Após o discurso, Mendes deixou o palanque e também sinais de que deve manter o tom de enfrentamento com o prefeito - tomando proporções ainda maiores quando o assunto se atém às eleições 2020.
Se por um lado Mendes fez questão de frisar a fase de planejamento do projeto, por outro, o ex-ministro da Agricultura, Blairo Maggi, foi categórico ao afirmar a necessidade de reconhecimento aos R$ 100 milhões destinados ao HMC - na atual gestão, no Governo Temer - no final de seu mandato.
Maggi destacou o aporte, fundamental para a concretização da obra, sendo uma conquista via programa Chave de Ouro do Governo Temer, numa articulação que partiu dele e que contou, conforme pontuou no discurso, com a linha de frente em ações encampadas pelo senador Wellington Fagundes (PL). "Eu falei com o presidente Temer, e depois chamei o senador Wellington que tem muita habilidade nas articulações, e pedi para ele coordenar essas ações", citou Maggi.
Senador Jayme Campos (DEM) preferiu manter a cautela ao comentar o quadro de "alfinetadas" entre Mendes e Pinheiro, considerando que o importante é a gestão pública unir forças em favor de projetos que ampliem os serviços oferecidos à população.
Ao fim do ato, Emanuel Pinheiro, asseverando ser o HMC "um sonho concretizado", e destacando a importância da obra, não deixou por menos e "devolveu" as pontuações do governador ao acentuar que a gestão de Mendes deixou à atual administração 25% do projeto, ou em outras palavras, que foi na sua gestão o desfecho da matriz de execução que garantiu a entrega da última fase do hospital - abrigando o novo Pronto Socorro da Capital.
O evento contou com a presença dos ex-governadores Júlio campos, Jayme Campos, Blairo Maggi e Pedro Taques, o secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, de líderes políticos, representantes dos Poderes Constituídos, da bancada estadual como o deputado Wilson Santos, da bancada federal como o coordenador Neri Geller e o deputado Emanuelzinho, além do presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, do primeiro-secretário da AL, Max Russi, da Câmara de Cuiabá, da OAB, da AMM, além do presidente nacional do MDB, deputado Baleia Rossi e centenas de participantes. Um número expressivo de prefeitos marcou presença - leia-se da gestora de Várzea Grande, Lucimar Campos.
HMC
Segundo a prefeitura, "nesta última etapa serão entregues a parte de Urgência e Emergência do hospital, que terá 06 salas de centro cirúrgico, observação pediátrica, 12 leitos de estabilização, 3 leitos de reanimação, 5 leitos de politrauma e 02 isolamentos. Na ocasião também serão entregues a Central de Material e Esterilização (CME) e o heliponto. Com o funcionamento de 100% do HMC ele passa a contar com 315 leitos, sendo 178 de adultos, 20 leitos no Centro de Tratamento de Queimados, 60 de UTI, 38 de Emergência, seis salas de cirurgia e 13 leitos RPA (recuperação pós-anestesia), além do ambulatório com mais de 13 das especialidades médicas mais procuradas pela Central de Regulação, exames como ultrassonografia, endoscopia, colonoscopia e radiografia e parque tecnológicos com equipamentos de última geração".
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