Da Redação
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), deputado Dilmar Dal Bosco (DEM), afirmou que o valor proposto de R$ 89,7 bilhões previstos no Plano Plurianual 2020/2023 para os próximos quatro anos é "enxuto". Com esse montante, segundo ele, o governo está buscando o equilíbrio orçamentário em todas as pastas e Poderes.
A CCJR realizou hoje (21) a 1ª audiência pública para debater o PPA 2020/2023. O projeto de lei 930/2019 estima uma receita orçamentária de R$ 89,749 bilhões. Os números foram apresentados pelo secretário de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Basílio Bezerra Guimarães.
“O agronegócio tem contribuído com o aumento da receita. Mas em um período curto, o Estado tem aumentado a despesa com salários e encargos sociais. O PPA traz uma previsão enxuta, mas traz também uma previsão do investimento necessário em algumas áreas como saúde, educação e segurança”, explicou o parlamentar - líder do Governo na AL.
De acordo com Dal Bosco, a partir de 2020, o Estado começa a diminuir o déficit financeiro. Segundo ele, deve ficar na casa dos R$ 550 milhões. “A Assembleia aprovou o PLC 53/2019 que modificou a cobrança do ICMS, mudando o regime tributário. Com isso,a administração pública deve arrecadar mais. Mas na esfera federal não tem nenhuma lei que obriga a União a repassar recursos do FEX , por exemplo, e com isso ajudar no orçamento”, disse.
O secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Basílio Bezerra Guimarães, disse que o Plano Plurianual de 2020/2023 tem uma ‘nova roupagem’ em relação às despesas para os próximos quatro anos. Segundo ele, sempre foi feito de forma anual e a partir do governo Mauro Mendes será priorizado os gastos pela Lei de Diretrizes Orçamentária e aplicados na Lei Orçamentária Anual.
“O valor total é de R$ 89,6 bilhões para os quatro anos. A média anual é de R$ 22 bilhões. O principal gasto é com o pessoal (todos os poderes e órgãos) que chega a R$ 64 bilhões. As três áreas que mais tiveram aumento foram a de saúde, educação e seguranças pública”, explicou Basílio Guimarães.
As três principais secretarias de governo: saúde, educação e segurança pública têm um orçamento estimado em R$ 36,9 bilhões. Esse valor é maior em 20,67% se comparado ao Plano Plurianual de 2016-2019, que estimou uma receita total de R$ 30,6 bilhões para essas três pastas.
Na saúde pública a estimativa de receita é de R$ 8,4 bilhões – valor 22,36% maior que o quadriênio anterior. Para a educação, a proposta é de R$ 13,9 bilhões – cifra 27,74% maior. Enquanto na segurança pública houve um acréscimo de 14,54%, que representa um total de R$ 14,7 bilhões.
A secretária executiva de administração da Defensoria Pública, Luziane Castro, afirmou que o orçamento destinado ao órgão, para os próximos quatro anos, é insignificante para atender as demandas. Segundo ela, a proposta do governo para esse período é da ordem de R$ 587 milhões. Desse total, cerca de R$ 40 milhões são destinados para custeios e investimentos.
“Se pegar R$ 40 milhões e dividir por quatro anos, dá em torno de R$ 10 milhões. Em 2019, a previsão para custeio e investimento é de R$ 37 milhões. Por isso é impossível que em quatro anos a defensoria trabalhe com apenas R$ 40 milhões, sendo que em um único ano você tem R$ 37 milhões para ser executado. Esperamos que a Casa de Leis reverta esses números para mais”, disse Castro.
O deputado Lúdio Cabral (PT) afirmou que o PPA é a peça orçamentária mais importante do governo, porque traz uma projeção das políticas públicas para os próximos quatro anos de gestão governamental. Para Lúdio, o estado não está em crise financeira, mas está alinhado a interesses de grupos que orientam as políticas públicas do governo.
“Os interesses que orientam o governo são dos muitos ricos. Isso está expresso na renúncia fiscal, que em 2018 mais de R$ 5,6 bilhões. A Assembleia Legislativa, infelizmente, não alterou essa lógica. Enquanto isso, a projeção de crescimento de receita demonstra claramente que não temos um estado em crise financeira. Ao contrário temos um estado com potencial de investimentos e qualificações das políticas públicas importantes”, explicou o petista.
De acordo com Cabral, se o estado mantiver o dispositivo constitucional de congelamento dos gastos, o PPA não será aplicado. “Haverá um gesso, uma amarra de crescimento nas despesas nas áreas essenciais, que a emenda do teto dos gastos, desde o inicio da legislatura, estou tentando derrubar”, disse.
Por outro lado, as despesas com o pagamento dos juros e amortização das dívidas do Estado chegam a cifra de R$ 3,217 bilhões. Segundo o governo, a amortização foi reduzida em 16,69%. Enquanto o PPA 2016/2019 foi de R$ 2,313 bilhões, o atual projeta R$ 1,927 bilhão. Já os investimentos, para os próximos quatro anos, estão estimados em R$ 5,135 bilhões.
Os valores programados pelo PPA 2020/2023, no montante de R$ 89,7 bilhões para cada órgão que compõe o Estado mato-grossense, ficaram assim definidos:
-Poder Executivo R$ 76,7 bilhões
-Poder Legislativo R$ 2,319 bilhões
-Poder Judiciário R$ 6,586 bilhões
-Ministério Público do Estado R$ 2 bilhões
-Tribunal de Contas do Estado R$ 1,546 bilhão
-Defensoria Pública R$ 587 milhões.
Com Assessoria
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