Da Redação
Embora seja um dos maiores estados exportadores, Mato Grosso responde por apenas dois por cento do Produto Interno Bruto (PIB), indicador correspondente à soma de toda a riqueza produzida pelo país anualmente – a razão é simples: quase a totalidade das exportações mato-grossenses é de produtos primários, sem grande valor agregado.
É o que apontou a Câmara Setorial Temática de Relações Internacionais (CST-RI) instaurada na Assembleia Legislativa com o fim de aprimorar os mecanismos de acompanhamento das relações econômicas, culturais, sociais e ambientais do estado para além das fronteiras nacionais, que apresentou na tarde de hoje (29) o primeiro relatório de trabalho, denominado “Perfil das Exportações e Importações de Mato Grosso”.
Em 2018, Mato Grosso exportou o equivalente a US$ 16,43 bilhões. A soja vendida para outros países correspondeu a 48% das exportações do estado, seguida pelo milho (18%), farelo e resíduos da extração de óleo de soja (14%), carne bovina congelada, fresca ou refrigerada (6,8%) e algodão bruto (6%).
Na mão inversa, o grosso das importações mato-grossenses corresponde a insumos para o agronegócio – destaque para cloreto de potássio (38%) ureia (18%), adubos e fertilizantes (15%). Foi importado pelo estado no ano passado o equivalente a US$ 1,56 bilhão.
É também ditada pelo agronegócio a relação dos maiores parceiros comerciais de Mato Grosso, tanto na exportação – a China aparece disparado em primeiro lugar (39%), seguida por Holanda (5,4%), Irã (5,2%) e Espanha (4,4%) -, como na importação – liderada pela Rússia (17%), seguida de Estados Unidos, Canadá (ambos responsáveis por 15% do total) e China (10%).
Municípios
O relatório da CST-RI também informa os maiores municípios exportadores no estado. Em primeiro lugar, por conta do terminal ferroviário, aparece Rondonópolis (12,8%). Em seguida, desponta Sorriso com 10,1% das exportações mato-grossenses, mesmo percentual pelo qual responde a capital, em razão do Porto Seco. Depois, Nova Mutum (4,9%), Campo Novo do Parecis (4,8%), Primavera do Leste (4,7%) e Sapezal (4,1%).
Também aparecem com destaque no cenário das exportações mato-grossenses os municípios de Querência (3,9%), Diamantino,Sinop (3,6% cada uma), Lucas do Rio Verde (3,5%) e Campo Verde (2,5%).
Estudo
O estudo é baseado em números do “Atlas da Complexidade Econômica”, análise formulada no Centro de Desenvolvimento Internacional de Harvard (EUA) que permite a exploração do fluxo de comércio global entre os mercados.
Conduzida pelo presidente da CST-RI Maurício Munhoz, e pelo relator Rafael Bastos, a reunião na qual foi apresentado o relatório contou também com a presença de René Oliveira, representante do Tribunal de Contas da União (TCU), do presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Neurilan Fraga, e do advogado Elvis Klaus, que representou a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso (OAB/MT).
Presentes ainda representantes das secretarias de Estado de Fazenda (Sefaz), de Desenvolvimento Econômico (Sedec), de Agricultura Familiar (Seaf), Cidades (Secid) e de Meio Ambiente (Sema); das Universidades de Cuiabá (Unic) e Federal de Mato Grosso (Ufmt); do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja) e da Federação das Indústrias (Fiemt).
Com Assessoria AL
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