Por Rafael Neves
O presidente Jair Boslonaro compartilhou, em um grupo de WhatsApp com aliados, uma carta atribuída a autor desconhecido, que defende que o Brasil é "ingovernável" fora de conchavos com corporações. O texto gerou rumores especialmente entre membros da oposição e também nas redes sociais. Uma das principais lembranças, que chegou aos trending topics do Twitter na tarde da sexta-feira (17), é uma comparação com o ex-presidente Jânio Quadros (1917 - 1992), que ficou no cargo por menos de um ano, em 1961, até renunciar alegando ter sido vítima de "forças ocultas".
O compartilhamento de Bolsonaro foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo (veja íntegra ao final da matéria). O texto, como revelou-se mais tarde, é de autoria do analista financeiro Paulo Portinho, que postou as críticas em seu perfil pessoal no Facebook no dia 11 de junho. O autor foi candidato a vereador pelo partido Novo em 2016. A carta afirma que "Bolsonaro não é culpado pela disfuncionalidade [do país], pois não destruiu nada, aliás, até agora não fez nada de fato, não aprovou nada, só tentou e fracassou".
A culpa da imobilidade do sistema, segundo o autor, é não só dos políticos, mas também de "servidores-sindicalistas, sindicalistas de toga e grupos empresariais bem posicionados nas teias de poder. Os verdadeiros donos do orçamento".
"Na hipótese mais provável, o governo será desidratado até morrer de inanição, com vitória para as corporações. Que sempre venceram. Daremos adeus a Moro, Mansueto e Guedes. Estão atrapalhando as corporações, não terão lugar por muito tempo. Na pior hipótese ficamos ingovernáveis e os agentes econômicos, internos e externos, desistem do Brasil. Teremos um orçamento destruído, aumentando o desemprego, a inflação e com calotes generalizados. Perfeitamente plausível. Claramente possível", diz um trecho do manifesto.
O texto repercutiu entre opositores e aiados do presidente. "Jânio Quadros, é você?", questionou, por meio do Twitter, o senador Humberto Costa (PT-PE). Colega do petista, o senador Major Olímpio (PSL-SP) saiu em defesa do Presidente. "O texto é um grito de alerta para toda a população brasileira, quando diz que, do jeito que são as coisas, nunca a vontade daqueles que votam será respeitada. Bolsonaro foi transparente e verdadeiro", afirmou em vídeo.
Ainda não há comentários.
Veja mais:
Ministério da Fazenda ajusta projeção da inflação para 4,8% em 2025
VG: Operação da Rotam prende três pessoas por tráfico de drogas
TJ: fazenda com herdeira e banco condenado a pagar honorários e custas
Mato Grosso e a incapacidade energética
Família não é salvo-conduto para ferir: acolhimento salva vidas
Receita: MT alcança R$ 40 bilhões em arrecadação de impostos
Integração ministerial
Inovações inconstitucionais na Ação Penal 2668
Ministério Público anuncia oito vagas para Promotor de Justiça
PC prende homem acusado de ameaçar, agredir e morder ex-namorada