• Cuiabá, 04 de Setembro - 2025 00:00:00

O alto custo do frete é o maior gargalo, alerta diretor do Sindalcool


 - Foto: Diretor Executivo do Sindalcool, Jorge dos Santos
Da Redação - FocoCidade

Um dos setores de maior relevância à economia do Estado, o do sucroalcooleiro, projeta planos otimistas no que se refere à produção que alavanca o desenvolvimento socieconômico de Mato Grosso. Por outro lado, se depara com barreiras no campo do escoamento – em razão da problemática da precária logística.

Nesta Entrevista da Semana ao FocoCidade, o Diretor Executivo do Sindalcool (Sindicato da Indústria Sucroalcooleira de Mato Grosso), Jorge dos Santos, assinala as principais ações visando a continuidade de expansão – e consequentemente, avanços ao consumidor.     

“Mato Grosso tem o etanol combustível mais barato do Brasil há pelo menos 12 anos e sempre com abundância de oferta, razão pela qual o que faremos com esse aumento de produção é colaborar para que estados não produtores possam também participar do cumprimento das metas de descarbonização assumidas por nosso pais na COP 21”, acentua Jorge dos Santos.

Na perspectiva de evolução de negócios, o setor também pede atenção especial do Palácio Paiaguás para instituição de políticas que possam colaborar à evolução de projetos.

Confira a entrevista na íntegra:

Recentemente integrantes do setor sucroalcooleiro estiveram reunidos com representantes do Governo do Estado. Existe muita expectativa em torno da política de Estado para avanços mas por outro lado também paira a barreira do aperto de cinto do Executivo. Qual a aposta do setor nesse momento da gestão?

Estivemos reunidos com o Governo do Estado basicamente para manifestar nossa preocupação com a logística para escoamento do grande volume de etanol que será acrescentado à nossa produção, ainda em 2019, mais 1 bilhão de litros.

A posição de destaque de Mato Grosso hoje sobre a produção de etanol, com 11 unidades no Estado, e os planos sobre a produção de biocombustível a partir do milho, atravessam entraves de logística como citou. Quais os principais gargalos?

Considerados os projetos de novas unidades produtoras que, em 2021, acrescentarão 2 bilhões de litros ao volume atualmente produzido, precisamos encontrar soluções alternativas ao transporte rodoviário e, para isso estamos trabalhando, no curto prazo, a ferrovia e no longo prazo o etanolduto.

Essas dificuldades podem travar projetos do setor para 2019? 

Entendemos que nada irá travar o crescimento do setor. Mato Grosso tem tradição de encontrar soluções para os seus problemas, cujo maior é a logística e não será diferente desta vez. Os projetos de 2019 já estarão em operação no 2º semestre.

Quais as consequências desse processo ao consumidor?

Mato Grosso tem o etanol combustível mais barato do Brasil há pelo menos 12 anos e sempre com abundância de oferta, razão pela qual o que faremos com esse aumento de produção é colaborar para que estados não produtores possam também participar do cumprimento das metas de descarbonização assumidas por nosso pais na COP 21.  

O alto custo do frete, impactando em cerca de 17% sobre o produto segundo dados do setor, tem o poder de repelir o crescimento do consumo?

Este custo é o maior gargalo, e de maior impacto na nossa competitividade com outros estados produtores, razão pela qual a luta do SINDALCOOL/MT tem sido encontrar soluções de logística que nos permitam ser competitivos 

Como estão as ações para a implantação da infraestrutura dutoviária para transporte do etanol do Estado, considerando reunião com governador Mauro Mendes sobre o assunto no início deste ano.

A Logum Logística, construtora e operadora do etanolduto, conseguiu retomar seu planejamento no 2º semestre de 2018, recebendo R$ 1,8 bilhão de empréstimo do BNDES, e estão trabalhando no sentido de analisar o traçado do duto, considerando-se as alterações havidas na produção e oferta de etanol, haja vista que Mato Grosso entrou no radar da empresa a partir de todos os projetos em andamento, que atingirão os 5 bilhões de litros, que sempre foram a premissa básica para a sua chegada a nosso estado

No atual cenário, Mato Grosso caminha para se tornar o maior produtor mundial de etanol ou está, necessariamente, vinculado à política de infraestrutura do Estado?

Quando dizemos que Mato Grosso será o maior produtor mundial de etanol do mundo vai aí uma certa dose de ufanismo, mas vamos trabalhar, sempre, para que isto se concretize, o que só será possível se resolvermos, em definitivo os entraves logísticos. Mas, com certeza, também teremos sucesso neste desiderato.

O presidente Jair Bolsonaro fez promessas de investimentos para alavancar a posição do Brasil. Diante disso e do quadro estadual, qual a expectativa?

Nossa expectativa é que a retomada da economia impacte o consumo de biocombustíveis e Mato Grosso está preparado para atender a esse aumento de demanda. A retomada pelo BNDES dos investimentos em obras de infraestrutura, bem como os processos de concessão de ferrovias, notadamente a Ferrogrão, e o decisivo apoio do Governo de Mato Grosso na busca de soluções para a logística, com certeza nos dão esperanças de que novas unidades produtoras serão instaladas com a consequente geração de empregos e agregação de valor a nossas matérias primas agrícolas.




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