Alfredo da Mota Menezes
O jornal Washington Post levantou em detalhes as mentiras de Donald Trump. Provou que ele mentiu 1628 vezes em 298 dias ou 5.5 mentiras por dia. Vai chegar ao fim do ano com mais de duas mil mentiras. Pegaram as falas e foram atrás das informações e nada era verdade. Tudo provado mesmo. Além de mentir, Trump tem feito outras trapalhadas.
Os EUA tem a mania de mostrar folclóricos dirigentes da América Latina. Sempre mostram a fala ou a ação de algum destrambelhado. Não importa quem seja ou de onde porque lá a América Latina é vista em bloco. Se um maluco fala ou faz uma maluquice é como se fosse normal em todos os países. Agora eles elegeram um folclórico também.
A coisa fica melhor ainda porque ele tem mais de 40% de aceitação popular. Mostra um país de gentes mal preparadas também. Não se espante se ele for reeleito. O norte americano pensa com o bolso e a economia lá, com ou sem Trump, está crescendo.
Para reforçar os estereótipos a respeito da América Latina, na Venezuela a inflação este ano pode chegar a um milhão por cento. Espanta a informação que um dólar compra mais de um milhão de litros de gasolina. O salário de um mês de um bancário não compra dois quilos de carnes.
Em discurso recente Nicolas Maduro não culpou o capitalismo, imperialismo ou o exterior pelos seus problemas. Diz que vai dar uma guinada na economia, não se sabe como, e arrumar a casa em “dois anos”. De cara cortará cinco zeros do Bolívar, moeda local. Sarney cortou três, lá serão cinco.
Outro caso é o da Nicarágua. Daniel Ortega chamou a Igreja Católica de golpista. Que estaria tramando para tirar a ele e sua esposa, que é a vice, do poder. Foi a Igreja Católica que o ajudou a chegar ao governo.
Ortega era o comandante do grupo guerrilheiro Sandinista que escorraçou a família Somoza que esteve no poder por décadas. Ortega, ao mudar as regras da eleição para poder ser eleito quantas vezes quiser, está repetindo aquela família. Por isso o povo canta, “Ortega y Somoza son la misma cosa”. Forças do governo já mataram mais de 350 pessoas ultimamente.
Voltando à Igreja Católica na Nicarágua. Naquele tempo a Igreja adotava a Teologia da Libertação, com base numa Encíclica do Papa Paulo Sexto. Aquela que dizia que a Igreja poderia até ajudar na derrubada de governos para melhorar a vida dos mais pobres.
Mais tarde, o Papa João Paulo acabou com esse movimento da Igreja na região. Foi, mostra a história, um acordo com Ronald Reagan, presidente dos EUA. Este ajudava a derrubar o regime comunista na Polônia do Papa e ele matava a Teologia na América Latina.
Maduro e Ortega ajudam a perpetuar nos EUA a ideia de uma América Latina folclórica. Ainda bem que agora tem o Trump para contrabalançar as piadas e muxoxos que fazem ali de nosotros.
Alfredo da Mota Menezes escreve nesta coluna semanalmente.
E-mail: pox@terra.com.br site: www.alfredomenezes.com
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