Onofre Ribeiro
Terminam hoje as coligações partidárias que escolherão os candidatos que disputarão eleição em 2018, nos cargos de deputado estadual, federal, dois senadores por Estado, governadores e o presidente da República.
Nos estados serão substituídos os atuais 27 governadores pelos reeleitos e pelos novos eleitos neste ano. Serão safras novas pra problemas novos e antigos. Não vou discutir aqui os motivos de cada um deles pra que suas administrações tenham dado certo ou não. Mas vamos nos fixar em Mato Grosso.
O próximo governador, não importa quem seja, terá pela frente um período de lutas pra normalizar uma série de distorções que hoje existem. Só haverá um caminho pra isso: o enfrentamento. Antes, vamos resgatar a problemática hoje existente e que será a herança do eleito. A principal questão são as contas públicas. De cada R$ 100 arrecadados sobram somente R$ 1,86 pra investimentos, segundo dados do governador Pedro Taques na abertura do ano legislativo de 2018. Os R$ 98,24 são gastos pra dentro do governo na forma de salários, obrigações sociais, juros, dívidas e custeio.
Haverá que enfrentar os restos a pagar que restarão dos últimos anos, na casa do R$ 4 bilhões, segundo dados da Secretaria de Planejamento estadual. Haverá o déficit da previdência que significará em 2019 algo como R$ 1 bilhão e 800 milhões, que sairão do cofre estadual. Espera-se que alcançará R$ 4 bilhões em 2022 e já não se pague mais os salários dos aposentados e pensionistas.
Haverá que se enfrentar a sede dos poderes por orçamento. Há que se enfrentar o corporativismo dos quadros do funcionalismo público. Protegidos pelos seus sindicatos políticos, os servidores formam hoje um poder político paralelo ao Executivo, Judiciário, Legislativo e Ministério Público.
Haverá que se repactuar todos os contratos, rever obras em andamento e obras já lançadas e não iniciadas.
O pano de fundo desses cenários é que a economia de Mato Grosso continuará crescendo. Os impostos entrando no cofre dentro de carrinhos de mão. Mas saindo na carroceira de caminhões basculantes pra pagar os custos do Estado gigante.
O próximo governador terá cerca de seis meses pra jogar uma bomba de fragmentação dentro do governo e juntar os cacos que sobrarem pra construir uma nova administração pública. Do contrário não governará. Na linha de custos que vai, dentro de mais um ano o Governo de Mato Grosso afundará completamente.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso


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