DIÁRIO DE CUIABÁ - RAFAEL COSTA
O ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), Silvio César Corrêa de Araújo, encaminhou nota à imprensa por meio de sua assessoria jurídica alegando distorções em um áudio divulgado pelo jornal Folha de S. Paulo na quinta-feira (21) no qual admitia omissões em sua colaboração premiada já homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A conversa feita no dia 28 de agosto foi mantida com o ex-secretário de Indústria, Comércio e Mineração, empresário Alan Zanatta, que decidiu gravar o diálogo temendo que fosse vítima de alguma trama liderada por Silvio de Araújo.
Ao longo da conversa com duração de 1h24s, Silvio de Araújo diz que o montante de R$ 500 mil no qual se comprometeu a devolver aos cofres públicos no acordo de colaboração premiada seria pago pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
Ao mesmo tempo, admitiu ser dono de um garimpo que não foi declarado em sua relação de patrimônio às autoridades competentes.
No diálogo com Zanatta, Silvio de Araújo ainda teria dito que a cena da entrega de dinheiro ao ex-deputado estadual e atual prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), foi exibida fora do contexto, pois seria relacionada ao pagamento de uma dívida com o empresário Popó Pinheiro, irmão do prefeito, o que afastaria a tese de pagamento de propina.
No entanto, a nota assinada pelos advogados Délio Lins e Silva Júnior e Victor Azevedo Borges assegura que não há novidade alguma na gravação, pois todo o seu teor já é de conhecimento da Procuradoria Geral da República (PGR), responsável em firmar o acordo de colaboração premiada.
“Acerca do áudio divulgado de maneira distorcida pela imprensa, a defesa de Silvio Cezar vem esclarecer que não há nada no áudio que não seja de conhecimento da PGR”, diz o advogado, em trecho de nota encaminhada à imprensa.
“Silvio Cezar não omitiu qualquer patrimônio. Todo seu patrimônio foi devidamente comunicado à PGR. O garimpo referido no áudio não é de sua propriedade, tal como ventilado de forma distorcida pela imprensa, mas sim da família de Silval”, afirmou Délio.
A defesa ainda ressalta que a gravação feita por Alan Zanatta revelaria uma possível tentativa de obstrução à Justiça.
Délio Lins também citou que haveria, nessa tentativa de obstrução, uma possível participação do prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB), que foi flagrado – à época em que era deputado estadual – recebendo maços de dinheiro no Palácio Paiaguás.
“As gravações entregues na PGR acerca do pagamento de propinas a parlamentares e ao atual prefeito Emanuel Pinheiro são autênticas e foram entregues na sua originalidade, não havendo qualquer tipo de edição”, disse o advogado.
“A única novidade que se tem no áudio é uma aparente tentativa de obstrução de justiça por parte de Alan Zanatta, com possível participação de Emanuel Pinheiro para tentar justificar a todo custo o injustificável, que são as flagrantes imagens de recebimento de propina por parte do atual prefeito e outros deputados”, afirma a nota.
A nota da assessoria jurídica ainda ressalta que Silvio segue disposto a contribuir com a Justiça na condição de colaborador.
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