• Cuiabá, 28 de Agosto - 2025 00:00:00

Vigilantes sofrem atentado em Feliz Natal; assentados recebem ameaças

  • Em Geral
  • 04/08/2017 16:08:30

Da Redação - FocoCidade

Vigilantes sofreram atentado nesta sexta-feira (4), em Feliz Natal. O atentado ocorre após o presidente da Cooperativa Mista Agropecuária e Pastoril do Assentamento Ena (COOPERENA), Gelso Fistarol, contratar serviço especializado de Vigilância Patrimonial para impedir o constante furto de madeira do assentamento ENA, localizado no município.

Ele e outros cooperados passaram a receber graves ameaças. A intimidação chegou através do WhatsApp. O atentando ocorreu, segundo assessoria, por volta das 13h40, quando vigilantes armados pegaram um acesso a uma estrada vicinal ao saírem do Assentamento Ena no município de Feliz Natal.

De acordo com o relato de um dos vigilantes um veículo uno de cor azul passou ao lado da caminhonete dos vigilantes, um dos passageiros efetuou três disparos, sendo que dois disparos atingiram o veículo. Houve troca de tiros, o carro dos suspeitos foi atingido, mas conseguiram foragir em alta velocidade. Durante a ação dois vigilantes ficaram levemente feridos, e receberam os cuidados médicos no próprio assentamento. O Boletim de Ocorrências seria registrado no município de Sinop.

Em um dos áudios que serão repassados a Polícia do município de Sorriso, um homem utiliza palavras de baixo calão, repetindo inúmeras vezes palavrões, e ainda afirma que está enviando os áudios na presença de um Policial Civil, em um dos trechos diz “Tu não sabe com quem tá mexendo (...) Tô na civil, tô mandando este áudio na frente do Evandro da Civil (SIC). Ainda na mesma mensagem um outro homem diz, “Se tirar o leitinho das minhas crianças tiro o teu também, toma cuidado meu fio” (SIC). Na sequência outra mensagem, “Opa boa noite, como tá teu dia hoje filho? Ohh meu camarada, teu dia foi mais ou menos, tua noite vai ficar mió viu”, (SIC).

Após as ameaças os vigilantes armados que fazem a segurança do assentamento apreenderam um caminhão carregado de lascas da madeira. De acordo com o motorista do caminhão que transportava a carga, o material iria para uma serraria em Feliz Natal. Os vigilantes então fizeram o descarregamento da madeira no pátio da COOPERENA. Ainda de acordo com os vigilantes após a apreensão, três caminhonetes de cores branca, preta e prata passaram a fazer rondas pela sede da cooperativa.

“A Polícia Militar foi contatada e após passar o ocorrido e solicitar a presença dos mesmos no assentamento, um policial não identificado disse que a ligação estava cortando e não atenderam mais. No dia seguinte fui então ao municipio de Sorriso para registrar o Boletim de Ocorrência, mas faltou papel”, lamenta Gelso Fistarol.

Fundado há 16 anos, o assentamento tem mais de 300 lotes, foi regularizado em 2013. Atualmente aproximadamente 240 famílias ocupam a área de terra com mais de 30 mil hectares, sendo que cerca de 16 mil hectares é reserva florestal legal, não sendo permitida a exploração, nem para agricultura ou pecuária.

Em 2014 os assentados formaram a cooperativa de assentados que passou a fazer a gestão do manejo florestal viabilizando assim a extração das árvores, sendo que todo o lucro da comercialização seria partilhado entre os cooperados. Para tanto foi firmado com a DB Madeiras, uma empresa de Feliz Natal de propriedade de Nilton Dubiella, pai do ex-prefeito do município, Jose Antônio Dubiella, do qual faria a extração da madeira e dividiria 50% de tudo que fosse retirado da reserva.

O contrato deu início ao caos que ronda o COOPERENA, o ex prefeito e a família fizeram retiradas de madeira que somam aproximadamente R$ 6 milhões, sendo que nada foi repassado a COOPERENA. “Isto é estelionato, para que os assentados parassem de ser furtados é que a cooperativa contratou um serviço de vigilância patrimonial, mas agora estamos sendo ameaçados, justamente porque os vigilantes estão impedindo os furtos, e apreendendo a madeira quando os grileiros conseguem entrar na reserva e fazer a extração”, diz Fistarol.

O esquema criminoso teria como mentor o ex-prefeito do município, Jose Antônio Dubiella. “ Após a quebra de contrato pela retirada da madeira com as negociatas envolvendo a família Dubiella, a cooperativa ingressou na justiça e conseguiu na Vara Especializada de Meio Ambiente, o direito de suspender a extração da madeira do assentamento”, explica Salmen Ghazale, advogado que representa a COOPERENA.

Para tentar desqualificar o trabalho dos Vigilantes, os grileiros, estariam espalhando um terror no municipio, alegando que os profissionais contratados estariam utizando Fuzis. “A atividade dos Vigilantes está em completa consonância com as normas que regem a categoria, as armas por eles utilizadas, que não correspondem a Fuzis, estão em consonância com a Lei 7.102/1983, e ainda o contrato entre a COOPERENA e a empresa de Vigilância encontra-se devidamente registrado na Polícia Federal”, explica Ghazale. (Com assessoria)




Deixe um comentário

Campos obrigatórios são marcados com *

Nome:
Email:
Comentário: