Da Redação - FocoCidade
De olho no gás para gerar energia e para produção de fertilizantes nitrogenados a partir da amônia que resultaria em triplicar a produção agrícola e de animais de corte, o governador Pedro Taques (PSDB) se reuniu com o presidente da Bolívia, Evo Morales, e chegou a declarar como aliado, que o Governo Federal pode investir na pavimentação de rodovias.
Taques pontuou avanços na relação comercial em discussão de pauta prioritária que deverá impulsionar o desenvolvimento econômico de Mato Grosso. No leque de assuntos discutidos, observou a necessidade de aumentar o volume de gás diário enviado para o Estado e enfatizou sua defesa da pavimentação da rodovia que liga San Matias a San Ignácio.
Os pouco mais de 300 quilômetros são considerados pelo governo como essencial para a integração regional. Evo destacou que a pavimentação da rodovia será tratada como prioridade.
Em abril de 2016, o Governo de Mato Grosso realizou a Caravana da Integração, que saiu de Cuiabá e cruzou o caminho até o Oceano Pacífico mostrando as dificuldades para a exportação da produção. O trecho entre San Matias e San Ignácio é o mais complicado da travessia. Evo disse estar convencido da necessidade de integração.
"Mato Grosso é o Estado brasileiro responsável por 28% da produção nacional. Temos interesse nestas relações para que possamos comprar o gás da Bolívia com um contrato firme, queremos comprar a ureia. Mas é importante também, eu não posso perder a oportunidade de falar da ligação de Mato Grosso com o Departamento Autônomo de Santa Cruz, com a pavimentação dos 315 quilômetros entre San Matias a San Ignácio", argumentou o governador.
Taques disse que como exemplo da importância da pavimentação, ele já conversou com o presidente da República Michel Temer e o chanceler do Brasil, ministro Aloísio Nunes, para debater o tema no Brasil, de forma que o governo brasileiro possa colaborar de alguma forma na concretização da obra. "Estamos distantes, mas essa distância precisa ser superada porque o povo brasileiro tem um carinho especial pelo povo boliviano e temos certeza que a recíproca é verdadeira", disse Taques ao presidente boliviano.
Em sua fala sobre a pavimentação da rodovia, Evo afirmou que acredita na integração dos países da América do Sul e ressaltou que a Bolívia tem interesse em alcançar o Oceano Atlântico e a passagem por Mato Grosso. Segundo Evo, Brasil e Bolívia são povos irmãos e precisam trabalhar conjuntamente. Sobre a proposta da rodovia, disse que a Bolívia tem a intenção de fazer um corredor bioceanico, com Peru, Paraguai e Uruguai.
Além disso, o presidente boliviano disse que deseja fazer uma ligação bioceanica passando por San Matias, Riberalta e Guayaramerin. Segundo Evo, esse é um projeto que é esperado há muito tempo pelos povos da Bolívia e do Brasil.
Ao fim da reunião, o governador Pedro Taques esteve com o governador do Departamento Autônomo de Santa Cruz, Rubén Aguilera, que também defende a pavimentação e integrou a Caravana da Integração no ano anterior. Na oportunidade, Taques convidou o governador para participar do Festival Internacional de Pesca de Cáceres e para visitar as obras da Zona de Processamento de Exportação (ZPE), cujo as obras serão iniciadas neste sábado (6).
Gás
Buscando atender às necessidades de gás para Mato Grosso, o governador Pedro Taques defendeu um aumento no volume de gás diário enviado para o Estado. Para ele, é necessário um contrato com volume seguro para o funcionamento da termelétrica, e fornecimento do Gás Nacional Veicular (GNV) para o funcionamento de indústrias e grandes empreendimentos mato-grossenses.
Na ocasião, o governador Pedro Taques e o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, assinaram memorando de entendimento para estreitar as relações comerciais, sobretudo para a importação de gás natural e ureia produzida no país vizinho. O ministro de Hidrocarburos da Bolívia, Luis Sánchez, assinou o memorando como representante do Governo boliviano.
Taques defendeu um contrato sem interrupção entre a estatal boliviana YPFB e o MT Gás para a importação de 4 milhões de metros cúbicos por dia. Atualmente, não há um contrato firme que determina o volume a ser importado por Mato Grosso. Segundo o governador, do total, 2,2 milhões de metros cúbicos atenderiam a usina termelétrica e o restante seria para atender o abastecimento de veículos, indústrias e o mercado local.
"Um primeiro ponto que precisamos é um contrato firme. Também temos que ter um volume suficiente para atender a termelétrica de Cuiabá, para que ela possa realizar suas atividades", defendeu o governador de Mato Grosso. (Com assessoria)


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