Oscar D'Ambrosio
Em 20/3, o papa Francisco pediu perdão por ações da Igreja católica durante o genocídio de Ruanda, em 1994, em encontro, no Vaticano, com o presidente do país africano, Paul Kagame. O sacerdote reconheceu que alguns católicos ajudaram a semear divisões que levaram os Hutus a cometer o genocídio de integrantes da minoria étnica Tutsi.
O impressionante massacre foi retratado em 'Hotel Ruanda' (2004), dirigido por Terry George. O filme relata a história real de Paul Rusesabagina, um gerente de hotel que abrigou mais de 1.200 pessoas, salvando-as da morte, algo semelhante ao que fez Oskar Schindler, em suas fábricas de esmaltes e munições, nas atuais Polônia e República Theca.
O genocídio africano tem uma expressão visual contundente no trabalho do artista plástico chileno Alfredo Jaar. Na instalação 'Os olhos de Gutete Emerita' (1996/2000), ele empilha um milhão de slides que mostram os olhos de uma mulher que testemunhou a chacina. O número corresponde ao número aproximado de vítimas em seis anos de conflito.
A violência em Ruanda alerta como a intolerância com a diversidade traz resultados funestos. Gutete Emerita presenciou o assassinato do seu marido e dos dois filhos. O olhar da sobrevivente traz não só uma visão de horror e violência, mas, acima de tudo, nos leva a valorizar a iniciativa de pessoas como Paul e a entender melhor o 'mea culpa' do papa.
Oscar D'Ambrosio
Doutor em Educação, Arte e História da Cultura e Mestre em Artes Visuais, atua na Assessoria de Comunicação e Imprensa da Unesp.


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