Onofre Ribeiro
Neste dia 6 completaram-se 11 anos da morte do ex-governador Dante de Oliveira. Morreu jovem em 2006, aos 56 anos de idade. O título do artigo tem a ver com a morte prematura e os seus reflexos sobre a política de Mato Grosso. Vamos reconstituir um pouco dessa história pela sua importância. Em 2003 Dante deixou o segundo mandato de governador de Mato Grosso. Tentou a eleição ao Senado e não alcançou. Foi substituído pelo empresário Blairo Maggi, que entrava na política justamente pelo cargo mais alto no estado. Antes da campanha eleitoral de 2002, ambos eram amigos. Racharam durante a campanha. Nos primeiros meses da gestão Blairo, romperam.
Maggi trouxe um estilo de gestão empresarial e afastou-se de todos os aliados do primeiro momento, como os irmãos Júlio e Jaime Campos, Roberto França, José Riva, Carlos Bezerra, etc. Imprimiu uma gestão fora dos padrões políticos e criou até um distanciamento formal com os políticos. Sofreu críticas, mas a fisiologia da política absorve isso e põe armadilhas pelo caminho. Na reeleição, em 2006, Blairo foi cooptado pela política e abandonou a antipatia inicial.
Bom, onde entra Dante nesse jogo? Suas duas gestões, entre 1995 e 2002 foram marcadas por intensas ações políticas e sociais. Porém, não perdeu o foco nos objetivos econômicos de longo prazo. Blairo contornou essa estratégia e focou seu gestão nos objetivos infraestrutura rodoviária e casas populares. Incluiu dentro de ambos a sua visão de social público. De novo recebeu muitas críticas, mas não se desviou.
Nesse período as lideranças políticas estaduais silenciaram escondidas pensando no bote futuro. Dante, derrotado em 2002, submergiu num longo silêncio do qual nunca mais sairia. Dele se esperava reações políticas contra as posturas da gestão Blairo Maggi e que fosse capaz de formular novas linhas de pensamento. Não chegou a se recuperar da derrota de 2002. Um dia, sem mais nem menos, adoeceu, entrou no hospital pela manhã e morreu à tarde. Ao longo desse tempo conversei com muita gente e com muitos políticos. Todos são unânimes que se Dante estivesse vivo a política mato-grossense teria outras caras, por conta do seu ativismo, conteúdo, vivências e imagem de gestor político. Concordo perfeitamente com essas leituras. Exemplo: Blairo não se reelegeria sem oposição em 2006, e não faria o seu sucessor Silval se houvesse ambiente político de oposição. Mas são conjecturas. O fato é que se Dante de Oliveira estivesse vivo a política estaria completamente diferente.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
onofreribeiro@onofreribeiro.com.br www.onofreribeiro.com.br
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