As eleições municipais deste ano nos mostraram muito sobre como o eleitorado pensa e se comporta. Tivemos um grande número de candidatos a vereadores, excluindo os folclóricos, que vieram para a campanha sem nenhum tipo de proposta, apenas com frases de efeito sobre pautas que nem mesmo dizem respeito ao município.
Posicionamentos sobre Venezuela, Palestina, Israel, Rússia, Ucrânia, linguagem neutra, aborto e regulamentação da maconha, entre tantas outras, tinham mais relevância política do que propostas concretas e objetivas sobre ações que realmente importam para o município.
O que mais se ouve nas ruas, quando se pergunta sobre intenção de voto, é: “Eu não voto em tal pessoa porque é do Lula” ou “eu não voto em tal pessoa porque é do Bolsonaro”. Até quando vamos debater política de forma tão superficial?
Sejamos maduros, sejamos cidadãos. Se você for se posicionar, pelo menos veja as propostas do candidato que te agrada; verifique se fazem sentido e se são factíveis. Observe se o que ele prega vai ao encontro dos seus direitos ou os confronta.
Na realidade em que vivemos hoje, não dá mais para tratar a política como se fôssemos meros torcedores. Quando votamos em alguém, damos o poder para que essa pessoa lute por pautas que nos afetam diretamente, como geração de empregos, educação, saúde, segurança, meio ambiente, cultura, esporte e acessibilidade, entre outras que devem ser consideradas na hora de tomar uma decisão.
Estamos vivendo o prólogo de um colapso ambiental e econômico, além de uma guerra de proporções mundiais e nossa argumentação ainda se resume a “é boa pessoa, mas está no partido errado”.
Até quando a generalização dos argumentos e o senso comum vão nos guiar nas escolhas políticas?
Ao encontrarmos 22 empresários envolvidos em esquemas de sonegação e lavagem de dinheiro, é justo pensar que todos são assim? Ao encontrarmos 13 servidores públicos acomodados, é justo pensar que todos são assim?
Ao encontrarmos 77 policiais envolvidos com propina e milícia, é justo pensar que todos são assim?
Neste segundo turno das eleições municipais, trago aqui uma proposta de amadurecimento da nossa cidadania. Vamos conhecer o nome dos nossos candidatos, o que eles já fizeram pela sociedade, quais as propostas que trazem para o município e se têm fundamentação. Quais os direitos que você tem hoje como cidadão eles estão dispostos a proteger?
Seja livre para votar em quem quiser, mas escolha com maturidade. Nossa cidade merece isso.
Alexssander de Camargo é contador, tesoureiro do SINPAIGMT, vice-presidente de fiscalização ética e disciplina do CRCMT, membro da academia mato-grossense de ciências contábeis.
Alexssander de Camargo é Contador, tesoureiro do SINPAIGMT, vice-presidente de fiscalização ética e disciplina do CRCMT, membro da academia mato-grossense de ciências contábeis.
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