• Cuiabá, 21 de Novembro - 00:00:00

Relação casal é diferente da relação pais-filhos

Você sabia que há uma diferença entre a relação de casal e da relação pais-filhos? Pois é. Apesar de essencial igualdade, o amor não é incondicional.

Incondicional é somente o amor dos pais pelos filhos. Por causa disso, o filho jamais perde o amor dos pais, nem é possível separar-se deles.

Já o amor que um cônjuge tem pelo outro, é um “amor condicional”, ou seja, a permanência da união está “condicionada” a determinados termos. Para começar, o amor, mas também o respeito, a confiança, a lealdade, entre tantos outros.    

Em um relacionamento no qual um cônjuge exige do outro um amor “incondicional” ele quer como parceiro um pai ou como parceira uma mãe. Isso sobrecarrega sobremaneira emocionalmente ao cônjuge.

Por isso, muitas vezes o cônjuge colocado nesta posição, por não a suportar, busca um amante ou uma amante para experimentar novamente a relação de igual para igual.

Em outras palavras: a exigência de amor incondicional promove as condições para a infidelidade conjugal.

Quando se busca no parceiro um pai ou uma mãe, sente o risco da separação, costuma se valer de chantagem emocional para fazer com que o parceiro permaneça no casamento.  As chantagens mais graves são as ameaças de suicídio: “Se você me deixar, me mato!”; “Sem você não consigo mais viver”; “sem você minha vida não tem sentido”.

O parceiro que busca uma mãe ou a parceira que busca um pai se comporta como filho ou filha. É natural que a criança se desespere quando é abandonada pelos pais e que deseja morrer pelo medo do abandono. No entanto, quando um adulto tem esse comportamento, ele expressa seu amor infantil pelo cônjuge e exige dele amor incondicional.

Quem busca (inconscientemente) um pai ou uma mãe como parceiro ou parceira imagina possuir um direito absoluto ao amor dele, à semelhança do amor que um pai e mãe sentem pelo filho ou filha. Por isso se desespera quando percebe que corre o risco de perdê-lo.

Segundo Dr.José Luiz Ames, em situações como estas, o cônjuge chantageado não consegue continuar a relação. Ele tem ao seu lado não um adulto, mas alguém emocionalmente infantil. Quando um cônjuge apela às ameaças de suicídio, o adequado é que a outra parte abandone a relação e siga seu caminho.


Eluise Dorileo é psicóloga, terapeuta familiar
Email eluisedorileo@hotmail.com



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