O Ministério Público de Mato Grosso promoveu encontro para discutir alternativas para preservar e revitalizar o Centro Histórico de Cuiabá. Participaram pessoas que se preocupam com o tema, tanto da Justiça quanto das universidades e também de quem tem comércio naquele local da cidade. Todos falando na mesma direção: é preciso preservar o que restou dessa parte da capital.
Falaram dos problemas dos casarões, dos desabamentos, do abandono, dos casos e disputas em famílias e do desleixo do poder público. Mostrou o encontro como a criminalidade está aumentando ali e não há ainda trabalho maior para enfrentar esse e outros problemas daquela região.
Dado novo e interessante nesse assunto foi a participação do Ministério Público no comando dessa ação. Quem sabe agora outras áreas, municipal e estadual, transitem com mais vigor sobre esse tema. Quem sabe ainda os resultados do debate possam ser levados para a eleição deste ano.
Os que coordenaram esse encontro sobre o Centro Histórico deveriam mostrar os resultados dos debates para as candidaturas à prefeitura deste ano. Melhor seria que as candidaturas corressem atrás do que foi debatido sobre o Centro Histórico. Uma candidatura inteligente e propositiva tiraria daquelas reuniões dados para levar para a praça pública na busca do voto.
O eleitor vai avaliar se aquele candidato tem condições de cumprir o que se precisa para preservar aquele espaço da cidade ou se é apenas a busca de votos. Saber se tem consistência ou não o plano desse ou daquele candidato para esse assunto.
Por exemplo: como impedir a queda de mais casarões? Quais meios e recursos para isso? Como combater a criminalidade na região? A proposta tem consistência para resolver esses casos?
Como mostrado antes pela coluna, existe dinheiro no governo federal, no chamado PAC Cidades Históricas, para ajudar com esse tema. Nunca se ouve alguém falando que encontrou o caminho para a busca desses recursos. Ou até mesmo dizer que os recursos são poucos ou são direcionados para lugares com mais forças politicas. Claro que a coluna está especulando sobre o tema, na tentativa de aumentar o debate sobre uma região única no estado.
Outra parte desse debate seria o MPMT, o Muxirum Cuiabano e até mesmo as candidaturas à prefeitura deste ano saber do que foi feito em Salvador, São Luiz ou Recife. Como eles conseguiram pelo menos impedir a destruição de seus centros históricos? Quais meios usaram e os recursos são dos municípios, Brasília ou do exterior?
Fala-se que até o BID ou Banco Interamericano de Desenvolvimento tem recurso para ajudar nesse assunto. Alguém daqui já foi atrás disso para confirmar se tem ou não dinheiro em Brasília no PAC Cidades Históricas ou no BID? A indiferença sobre tudo isso até agora mostra uma sociedade desconectada e sem querer um elo com sua história. Será que vai começar a mudar agora?
Alfredo da Mota Menezes é professor, escritor e analista político.
Email: pox@terra.com.br
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