A cada dia que passa, a sociedade fica mais refém dos meios eletrônicos. Mídias sociais e aplicativos se tornaram ferramentas de trabalho e lazer. O problema não está no uso delas, mas na falta de segurança que apresentam.
Todos os dias, centenas de pessoas Brasil afora, quiçá mundo afora, reclamam de invasões cibernéticas. Bandidos entram sem permissão nos aplicativos de mensagem, se fazem passar pelos proprietários das contas e ameaçam pessoas, exigem dinheiro e colocam medo na população.
Quando não é isso, invadem computadores e celulares capturando imagens e mensagens privadas também para extorquir. Sem muita dificuldade, descobrem senhas bancárias e fazem a limpa nas contas dos usuários. E o pior é que o sistema culpa o usuário pela grana roubada, pela compra fraudulenta e pelos dados vazados.
Mas de quem é a verdadeira culpa de tudo isso? Do usuário que não se precaveu o bastante? Dos bancos que aceitam indiscriminadamente a transferência de valores sem se dar ao trabalho de investigar a origem? Ou das empresas detentoras dos meios eletrônicos que não investem o suficiente em segurança e aprimoramento diário de seus meios e colaboradores para garantir a lisura das operações e a tranquilidade dos usuários?
Será que a culpa não é do Poder Público que não investe em políticas próprias e eficazes antes de permitir a operação das empresas de tecnologia?
O fato é que a cada dia aumenta o número de pessoas lesadas e nada é feito para garantir o ressarcimento dos prejuízos, isso quando alguns deles podem ser ressarcidos. Pior ainda, quando imagens e conversas íntimas que viralizam provocando medo e vergonha nas vítimas que ficam presas em suas "caixas" temendo represálias ou deboches alheios.
Qual a saída? Acabarmos com as redes sociais e aplicativos ou continuarmos nos arriscando todos os dias até que surja a tão esperada e eficiente segurança cibernética acompanhada da punição exemplar dos criminosos?
Não podemos continuar reféns das máquinas e dos softwares que perniciosamente nos colocam na alça de mira dos marginais, de uma forma ou outra.
Nos tempos em que o dinheiro era guardado debaixo do colchão, as joias e papéis em cofres particulares e as informações pessoais nas nossas cabeças éramos mais felizes. Pena que nos fizeram acreditar e nos tornaram dependentes de outros meios!
Ainda há tempo para mudar, pense nisso!
*Robson Fraga é jornalista.
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