Quando terminou o governo no seu segundo mandato em 2002, Dante de Oliveira e alguns de seus secretários mais próximos eram conhecidos como a “turma do tênis”. O sentido não chegava a ser pejorativo. Significava que eram gestores urbanos.
Em 2002 chegou ao governo Blairo Maggi, típico agricultor de segunda geração dos migrantes que aportaram em Mato Grosso depois de 1973. O seu secretário estratégico, Cloves Vettorato apelidou os novos gestores de “turma da botina”, por causa de sua origem rural.
De imediato estabeleceu-se o confronto entre as duas turmas. De um lado o pragmatismo gerencial e seco da turma da botina, contra a flexibilidade do estilo político da turma do tênis. O confronto gerou inimizades e expectativas. Durante os quatro primeiros anos do primeiro mandato de Blairo Maggi ninguém que fosse ligado ao tênis se aproximava da gestão por preconceito e separação de estilos.
Em 2010 elegeu-se governador Silval Barbosa, que não pertencia a nenhuma das duas, embora fosse indicação de Maggi. Em 2014 elegeu-se Pedro Taques, também desligado das duas turmas. Mas nem ele e nem Silval estabeleceram uma terceira geração.
Enquanto isso, nesses 15 anos desde a primeira gestão de Blairo Maggi mudou profundamente a turma da botina. Assim como também a turma do tênis. A sua segunda geração chegou à idade adulta e assume lugares nos negócios, na política e nas gestões municipais. Eventualmente na gestão estadual.
Mas é nos negócios que as novas gerações vem marcando posições. Estudaram em boas universidades e já sucedem os pais nos negócios na indústria, no comércio, nos serviços e no agro. Alguns preferem o serviço público. Outros os negócios familiares e outros criam os próprios negócios. Desse modo, já não temos mais espaços pros primeiras da botina e nem do tênis. Aquela fase da contradição entre ambos já passou. Até porque os jovens casaram-se entre si e já não ligam pra carteira de identidade uns dos outros.
As novas turmas vem com essa identidade inovada e não se enquadram no molde das anteriores. Elas foram necessárias. Mas o seu tempo passou!
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
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