A Fecomércio, mais o governo do estado, vão levar para a Feira de Turismo da América Latina no Rio de Janeiro a programação da FIT-Pantanal 2024. Mostrar naquele espaço o que o estado tem de turismo em Chapada, Barão de Melgaço, Vila Bela, Santo Antônio do Leverger e principalmente o Pantanal.
A coluna volta ao assunto sobre as possibilidades de turismo (e comércio) de MT com os países dos Andes. O encontro do Rio é a busca de turistas regionais, os países dos Andes (Peru, Bolívia, Chile, Equador, Colômbia e Venezuela) é um dos caminhos.
Mato Grosso do Sul recebe muitos turistas desses países. Por motivos simples e direto. O estado está conectado por asfalto àquela região. O asfalto passa pela Bolívia e dai para qualquer lugar dos Andes. O turismo se faz em ambas as direções.
MT não tem ligação por asfalto com esses países. Temos asfalto de Cáceres a San Matias na fronteira com a Bolívia e para ali. Falta asfalto de San Matias para Concepción na Bolívia. Dali para frente se tem asfalto para qualquer lugar dos Andes. Se tem algo como 300 km para ser asfaltado dentro da Bolívia. Sem isso, a viagem por carro ou ônibus, daqui para lá e para cá, fica muito complicado. Se comparado com a facilidade que tem o MS.
MT hoje tem mais atrações que o MS para atrair turistas. Lá se tem o Pantanal e mais a região do Bonito. Aqui, além do Pantanal, tem Chapada dos Guimarães, Nobres, Cuiabá e sua historia e gastronomia pode ser incluída, o mesmo não pode ser dito de Campo Grande.
O MS tem outra vantagem para atrair turistas de países sul americanos. Funciona mesmo o aeroporto internacional de Campo de Grande. Aqui a internacionalização não acontece na pratica. Cadê os voos regionais, em ambas as direções, que não ocorreram até agora?
Sem asfalto para os países dos Andes e sem voos regionais fica mais complicado o trabalho de aproximação entre essas duas partes da América do Sul. MT perde a oportunidade de ter turistas de uma área com mais de 150 milhões de habitantes. Se, como já comentou antes a coluna, 10% dessa população, ao longo de anos, fizesse turismo aqui, seria uma população cinco vezes a de MT hoje.
Os que trabalham com a tentativa de abertura do turismo na região teriam que buscar meios, não do dia para anoite, para um trabalho de aproximação com os bolivianos. Por ali é o caminho.
Num diálogo com os bolivianos saber se eles aceitariam um suposto empréstimo do BNDES para aquele sonhado asfalto em nossa direção. Por que sonhado ou suposto? Porque, se ocorresse, se teria um trabalho aqui para viabilizar para os bolivianos o tal empréstimo. E que eles, claro, pagariam.
Se não for aí, qual alternativa para esse asfalto? Sem isso, fica difícil acreditar que tenhamos um robusto turismo em ambas as direções nos anos à frente. O MS, nesse meio tempo, será o lugar onde as pessoas dos Andes farão turismo.
Alfredo da Mota Menezes é professor, escritor e analista político.
E-mail: pox@terra.co.br
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