Há exatos 40 anos e 5 dias, nascia na Inglaterra alguém singular, alguém que deixou uma marca inigualável no mundo da música. Com seu estilo único e sua forma própria de recriar o jazz de uma forma ímpar, Amy Winehouse ainda hoje causa impacto com sua voz e musicalidade potentes.
Sua trajetória no mundo da música começou cedo. Nascida em uma família judia de músicos com forte tradição no jazz, Amy começou a sua carreira ainda na adolescência, conquistando rapidamente seu primeiro contrato com a Island Records em 2002.
Em seu álbum de estreia “Frank”, é apresentado ao público oficialmente seu brilhantismo inegável. Amy nas 16 faixas apresenta ao público suas claras referências aos clássicos do jazz, com sofisticação e elegância extremas, o que seria o início de um legado.
Em músicas como “You Sent Me Flying”, “I Heard Love Is Blind” e “Take The Box”, por exemplo, a britânica mostra ao público uma habilidade e criatividade lírica apoteóticas, com sons que tocam nas feridas que doem nos corações de qualquer um, a forma em que a cantora descreve os sentimentos e as sensações transpassam qualquer ouvinte que reproduza seu álbum.
O álbum conta com a ironia e irreverência sobre diversos assuntos como: amores mal resolvidos, traição e outras situações adversas na vida de uma jovem complicada. Para alguns fãs, “Frank”, trabalho batizado com o nome de um dos ídolos de Amy (Frank Sinatra), é o melhor álbum da cantora.
A beleza de suas letras e sensibilidade em escolher as harmonias e instrumentos, geram um sentimento de sinestesia tão complexo e inexplicável, que mesmo o mais ignorante no meio musical poderia passar horas dissecando a mesma música, e em cada vez que desse replay, perceberia algum novo detalhe minuciosamente adicionado.
Apesar da grande estreia, sua carreira explodiu mesmo com o lançamento de seu segundo álbum de estúdio “Back to black”, sua aposta mais comercial e que atingiu um público ainda maior. O disco conta com alguns de seus maiores sucessos da carreira como “Rehab”, “You Know I’m No Good” e o memorável e homônimo ao álbum “Back to Black”. Como resultado da grande aposta, o álbum foi o mais vendido do mundo em 2007 e lhe rendeu 5 Grammys, mantendo seu recorde até hoje como a britânica a receber mais gramofones em uma mesma noite.
Recriando uma estética vintage, às vezes algo entre pin-up e femme fatale, seu segundo álbum abriga uma atmosfera excepcionalmente original, trazendo composições e arranjos que marcam fortemente o final dos anos 2000.
Sendo a principal responsável pela alta da música soul nos anos 2000 e precursora da nova invasão britânica na cultura global, a cantora foi eleita diversas vezes como uma das pessoas mais influentes no mundo da música. Em 2008, foi a cantora internacional que mais vendeu no Brasil, no mundo, vendeu mais de 40 milhões de álbuns e singles, mesmo antes da ascensão da era de compras digitais.
Apesar de uma carreira tão implacável, estilo iconoclasta e produções marcantes, Amy enfrentou sérios problemas com substâncias. Sua morte trágica, aos 27 anos em julho de 2011, foi resultado de uma intoxicação por álcool. Ao contrário do que muitos pensam, não estava relacionada ao uso de drogas, na verdade, no período de seu falecimento Amy já tinha ficado distante das drogas a algum tempo, e estava lutando para se livrar do álcool.
Hoje, lembramos Amy Winehouse não apenas como uma estrela do jazz, mas como uma força inextinguível na música. Seu legado musical continua a ecoar e a inspirar artistas em todo o mundo, garantindo que ela permaneça viva em nossos corações e, principalmente, nas playlists.
*Pedro Fraga é social mídia do Grupo Rede de Mídias, ator e artista multimídia.
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