Estamos findando o ano de 2017 e ainda sentimos os fortes reflexos dos desmontes econômico, politico, moral e ético que ocorreu após 2010. Embora a eclosão tenha ocorrido somente em 2013 com a Copa das Confederações, o percurso ainda não terminou. Queremos mudanças, mas não mudamos para termos gente capaz e ao mesmo tempo comprometida com ética e moral para substituirmos o velho modus operandi do Legislativo, Executivo e Judiciário, no serviço público em geral, no brasileiro como um todo.
No ano de 2018 teremos eleição para deputados estaduais, federais, senadores, governadores e presidente da República. A legislação brasileira veda campanha antecipada, mas o que mais estamos vendo é gente em plena campanha, inclusive usando o horário de inserção destinado aos partidos para projetarem seus nomes para o próximo pleito. O pré-candidato não tem vergonha na cara? Não acredita na punição? A justiça eleitoral é cega? Ou é um crime que compensa?
Começa pelos presidenciáveis Dória, Lula e Bolsonaro, dentre outros que pisam na legislação e na cara da sociedade brasileira todos os dias. É a certeza da impunidade? Inocentes não são, então devem imaginar que o crime compensa. E como eleger alguém que acha que o crime compensa?
E o que falar do Ministério Público e da Justiça Eleitoral que assistem tudo calados, aplicam vergonhosas multas que não fazem nem cócegas e nem sabemos se são pagas de verdade. Onde está a força dos poderes constituídos? Vai virar processo para depois ficar lá por anos entulhando o Judiciário e empregando um punhado de gente para ver, rever, revisar e sentenciar no final do mandato dos acusados?
E o povo? Assiste e aplaude pessoas que não respeitam as leis. E o pior: votam como se estes fossem salvar alguma coisa. Se os candidatos a presidente não respeitam, imagina os candidatos aos demais cargos... Na maioria das vezes nem denunciados são.
Precisamos de um Brasil diferente, mais justo e mais honesto, mas como fazer isso se instituições representantes e sociedade fazem ouvidos moco a tudo que é tipo de desmando?
Não faremos políticos melhor se não tivermos uma sociedade mais critica. Crítica de critério, de conhecimento, de responsabilidade, não gente para chincalhar e difamar sem sequer verificar os fatos, sem ter sequer conhecimento de como funciona.
Até aqui falimos tudo, falimos todos. Precisamos renascer, precisamos de instituições mais comprometidas com a ética do que com suas convicções ideológicas. Mas como se a educação para a convivência ainda é a mesma? Reclamamos quando o crime passa no noticiário, mas calamos quando ele acontece bem em frente do nosso olhos. Até quando?
João Edison é Analista Político, Professor Universitário em Mato Grosso.
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