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Saneamento em Várzea Grande

  • Artigo por Alfredo da Mota Menezes
  • 31/03/2023 08:03:40
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                Nova pesquisa do Instituto Trata Brasil mostrou, no Ranking do Saneamento Nacional, que Várzea Grande está entre as dez piores cidades de mais de cem mil habitantes do Brasil. Está na posição 92 entre as 100 piores em saneamento básico.

             A coleta de esgoto na cidade é somente 29,5%. Cerca de 200 mil pessoas dali não tem nenhuma coleta ou tratamento de esgoto. O investimento por habitante em esgoto naquela cidade, entre 2017 e 2021, foi de 19 reais.  Em Cuiabá agora, depois da privatização, fica em torno de 360 reais.

          Ali não dá para cobrar a taxa de esgoto, como estão fazendo em Cuiabá, junto com a de agua. Não tem esgoto, como cobrar?

                É o décimo ano consecutivo que a cidade está entre as piores do Brasil em saneamento. E cada ano se publica e se comenta o assunto e tudo fica por isso mesmo.

                 Confrontado com os números do Trata Brasil alguém da administração municipal falou que os dados coletados pelo Instituto estavam atrasados, eram do ano anterior. A mesma coisa foi falada quando sai a colocação de outros anos da cidade no Ranking do Saneamento.

              Outro comentário que se ouve é que cresceu demais a população em Várzea Grande em curto espaço de tempo. Mas, como paralelo, Cuiabá tinha 56 mil habitantes em 1960. Segundo o novo censo do IBGE tem agora quase 700 mil habitantes. A capital teve um crescimento populacional maior do que houve em Várzea Grande.

                Entra prefeito e sai prefeito e o problema continua a mesma coisa em Várzea Grande. Júlio, Jaime, Ari, Branco de Barros, Murilo Domingos, Walace, Lucimar, Kalil, seja de oposição ou situação politica e nada anda.  A cidade já deu inclusive dois governadores de MT.

            Encabula como a população da cidade aceita essa situação sem nenhuma reação. Esse assunto não é tema de eleições naquela cidade. É algo que teria que ser estudado para se entender porque ali a população não se manifesta sobre um assunto tão importante como este.

                Em Várzea Grande tinha uma tradição politica conhecida e famosa nas conversas em Cuiabá. O politico conseguia uma cisterna para uma comunidade nova que surgia. A população do bairro ficava agradecida e poderia votar nele em próxima eleição. Junto disso se tinha e se tem ainda enorme inadimplência no pagamento de água na cidade. Parece que não se cobra para não perder votos.

                Não seria tempo das autoridades dali pensarem em privatização do setor de esgoto em Várzea Grande? O poder público tem dificuldades para resolver o assunto, mostra a historia local. Talvez a alternativa fosse abrir para a iniciativa privada. Ou quem sabe se tenha receio da reação da população quando a concessionária cobrar para valer a taxe de esgoto e água. Perdem-se votos na próxima eleição.

                Seria interessante um estudo por parte da UFMT ou da Unemat para se vê quais tipos de doenças se tem Várzea Grande por causa da falta de saneamento. E quanto custa isso para os cofres públicos. Talvez seja mais caro do que investir em saneamento. Acorda, Várzea Grande.

 

Alfredo da Mota Menezes é professor, escritor e analista político.

E-mail: pox@terra.com.br  



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