Ao me preparar para a escrita desse artigo fiz uma pesquisa sobre a questão indígena no país e o retorno da busca, longe de ser surpreendente, é aterrador. Termos como “genocídio”, “luta”, “sobrevivência”, “redução” e muitos outros que, claramente, denotam a situação dos povos originários do Brasil. Ao mesmo tempo, na nossa Carta Magna, em seu Art. 231, termos como “reconhecidos”, “direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam” e, principalmente, “proteger” se transformaram em letra-morta da lei quando comparadas à realidade.
Não sou um profundo conhecedor do assunto, mas se tem algo que sei é que não devemos repetir os mesmos erros e esperar resultados diferentes. Por isso, recebi com grande entusiasmo e alívio a notícia da aprovação da proposta do “Ser Indígena”, programa social voltado aos povos tradicionais em situação de vulnerabilidade que foi pensado pela nossa primeira dama, Virgínia Mendes, e que ajudei a aprimorar na ALMT, a partir de agora, integrará a força tarefa estadual de enfrentamento às mazelas sociais. Isso é motivo de grande orgulho para nosso Estado, pois estamos levando esperança para onde o relógio corre contra o tempo. Pessoalmente, como deputado do social, é uma grande vitória.
E como dito acima, temos que aprender com os erros e corrigi-los de forma preventiva antes que se tornem um problema, fato esse, inclusive, que contribuiu para o sucesso do ser humano em sua caminhada evolutiva. Mas voltando ao assunto, sabendo que Mato Grosso é um dos estados com maior concentração indígena do mundo, repleto de áreas demarcadas e problemas advindos da questão agrária e exploração de recursos naturais, nada mais prudente e necessário que levantar a situação social dos povos e auxiliar com o básico para a subsistência desses cidadãos. Dessa linha de pensamento nasceu o “Ser Indígena”.
Essa preocupação com o bem-estar dos povos tradicionais não é de agora, em março de 2022 destinei uma emenda visando garantir recursos para plantio sustentável em aldeias do Araguaia, 110 ha de área no território da etnia Xavantes e Bororo de General Carneiro estão aguardando a liberação dos recursos para serem cultivados, gerando benefícios econômicos e maior qualidade de vida aos povos locais pela atividade executada por eles mesmos.
Em 2018, enquanto secretário da Casa Civil, acompanhei e atendi diversas demandas que iam de veículos, melhorias em estradas, até implemento de ações sustentáveis e que diminuíam a vulnerabilidade da população indígena ao envolvimento com atividades predatórias.
Ano passado, articulei a reconstrução da Escola Estadual Pirineus de Souza, localizada na Aldeia Aroeira, zona rural de Comodoro, que atende mais de 200 alunos indígenas da comunidade. Defendo a autonomia e o fomento da produção familiar nas comunidades indígenas como forma de melhorar a qualidade de vida sem comprometer seus costumes, valores e meio ambiente.
Respeito é a base de tudo na vida, inclusive às diferenças culturais que existem, mas que não podem nos afastar da verdade. Somos todos brasileiros e seguiremos de mãos dadas rumo a um futuro mais digno para todos que precisam.
Max Russi – Deputado Estadual
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