Temos assistido atônitos e apáticos, os noticiários da criminalidade que vem matando, executando à luz do dia, não importa a cidade ou pessoa, se ligada ao crime ou não.
Cidadãos comuns vêm sendo mortos a sangue frio, se pela má sorte, de alguma forma cruzarem o caminho desses criminosos. Ontem se noticiou o assassinato com quase uma dezena de tiros de um professor, que ousou não pagar uma “taxa de segurança” para bandidos faccionados, em uma cidade do interior. Segundo consta, o professor tinha outra atividada ligada a rifas esportivas e os criminosos o queriam extorquir. Não aceitando, foi morto a tiros para “servir como exemplo”.
Notícias de pessoas degoladas e suas cabeças arrancadas em cidades do interior, onde o PIB alto é a propaganda dos governos, é recorrente. Não só degoladas, são filmadas sendo torturadas e depois com requintes de crueldade, são mortas. Se eram bandidos ou não nesse caso, é o que menos importa. Por que toda sociedade tem ficado aterrorizada. Pessoas boas, trabalhadoras, pagadoras de impostos, se retraem de medo e falam baixo do assunto, afinal, não se sabe quem pode estar envolvido nesses crimes.
Não se sabe, por que a origem da maioria desses crimes é o tráfico. Não o tráfico dos meninos pobres, os “aviõezinhos” como se costuma chamar. Mas o grande tráfico, feito por grandes aviões que mandam milhões de dólares em drogas para a europa, como esse caso emblemático onde um ex secretário de estado foi preso pela Polícia Federal, acusado de tráfico internacional de cocaína. Uma dita “pessoa de bem”, acima de qualquer suspeita, que transitava entre a elite e as principais autoridades do estado, foi acusado de chefiar uma rede internacional de envio de drogas ao exterior.
Por isso minha referência a Colômbia dos anos 80. Quem assistiu a famosa série “Narcos” ou leu a respeito, sabe que os cárteis de Cali e Medellín, sempre visaram a aproximação do poder político para se protegerem. Inventavam meios “inteligentes” de mandar drogas para todo canto do mundo, incluindo caminhões de produtos lícitos (“alimentos”), aviões etc, e eram exrtremamente cruéis e sanguinários.
A sensação que temos é que estamos nesse cenário, acuados, apavorados, com medo de falar do assunto, principalmente por que vemos uma inação do poder público que gera ainda mais insegurança. Com excessão desse ex secretário preso por tráfico, poucos chefões ou financiadores, os verdadeiros “cabeças” dessas organizações, foram incomodados, presos ou investigados. Pelo menos não se tem notícia disso.
Enquanto isso, uma secretária do município de Rondonópolis foi morta a tiros no centro da cidade em plena luz do dia, crime até agora sem solução. Um jovem foi filmado tendo a cabeça arrancada e, onde uma jovem de pouco mais de 20 anos era a carrasca executora. Um professor foi morto a tiros em plena luz do dia. Adolescentes desapareceram numa cidade turística do interior e seus corpos foram encontrados dias depois em putrefação.
Quem será a próxima vítima?. Com a palavra as autoridades públicas e, a Polícia Federal, nossa última esperança!.
Antônio Wagner Oliveira é Advogado e Servidor Público Estadual.
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