O apresentador de televisão Luciano Huck renunciou mais uma vez à ideia de candidatar-se a presidente da República nas eleições deste ano. Fez bem. Com ou sem qualidades ele seria triturado no liquidificador dos políticos. Velhos hábitos que lá atrás detonaram pretensos candidatos como Silvio Santos e Antonio Ermírio de Morais. Sacaram supostos crimes, erros, calúnias e suspeitas. Impiedosas! Morreram ali quando nada uma boa candidatura de Ermirio de Morais, o dono do grupo Votorantin.
Hoje apareceu Luciano Huck como provável candidato a presidente da República. Vindo de meio completamente diferente seria uma candidatura absolutamente imprevisível. Porém, certamente renovadora! Não o conheço. Logo não saberia dizer se seria bom ou mau candidato e, quem sabe, presidente da República.
Pelo menos uma coisa ele garantiria na eleição: novidades. Certamente os candidatos serão velhas marmitas requentadas como mesmo arroz com feijão e alguma carne de terceira pra animar o paladar.
Uma declaração anterior de Huck me anima. Ele disse que poderia fazer muito mais correndo por fora como arregimentador de ideias para a política do que como candidato político. Concordo com ele. Qualquer um que esse eleja com o Congresso Nacional que temos não governará, a menos que ponha uma corda no pescoço. Parlamentares converteram-se em marginais assaltantes do Estado brasileiro.
Nenhum presidente conseguirá eleger-se se não for com promessas efetivas de realizar as reformas política, tributária, trabalhista e previdenciária. Fora outras medidas modernizadoras urgentes. O Congresso Nacional brasileiro aprendeu ao longo das últimas décadas a votar sob preço. Do contrário detona qualquer ideia. Nenhum presidente conseguirá quebrar isso a menos que leve na sua retaguarda o apoio popular. Mas como fazer isso numa nação de analfabetos políticos?
Penso que forças paralelas formadas por lideranças sociais serão a nova rede que dará respaldo ou cobrará do Poder vigente ações e posições. Nesse caso, Huck e outros brasileiros com capacidade de movimentar forças sociais darão o respaldo que o Estado não tem hoje no Legislativo, no Judiciário, nas estatais e nem nos apodrecidos partidos políticos. O Brasil está na mesa da autópsia a depender de quem hoje guia o país. Um futuro presidente só terá alguma chance se a sociedade apoiá-lo e resguardá-lo. As corporações que assaltaram o estado brasileiro trabalham por dentro corroendo a nação.
Por isso penso que serão muito úteis Huck e outros de tantas áreas da convergência empresarial, liberal, de entidades públicas e privadas sadias, de grupos em rede que apostam na conversão do Estado ao seu papel real.
Fora disso, qualquer um que se eleger em governos estaduais ou ao federal, não terá salvação. O Estado brasileiro tornou-se a temida Leviatã de Thomas Hobbes. Devora o país por dentro em seu próprio favor.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
Ainda não há comentários.