A covid domina o noticiário mundial. Tem fatos positivos, negativos e outros sem explicações ainda.
O caso cubano chama atenção. Um país com 11 milhões de habitantes teve até agora cerca de 8.500 mortes. Em Cuba aplicaram as doses da vacina que eles descobriram. A única da América Latina. A vacina deu resultado concreto.
A prefeitura de Nova York deve demitir cerca de três mil funcionários porque não querem tomar a vacina. A Áustria radicalizou, o governo agora exige o passaporte da vacina. Quem não mostrar que foi vacinado leva uma multa alta.
No Brasil, pesquisa mostrou 78% da população a favor da vacina. Numa outra mais de 80% dos pais querem vacinar seus filhos. Tem um percentual que nega a vacina e não quer vacinar nem mesmo seus filhos. É como se dissesse que existe, aqui ou no mundo, cerca de 20% da população que não acredita mesmo na vacina.
Caso notório é o do tenista Novak Djokovic. Tem 20 títulos dos maiores torneios do mundo, deixou de jogar o Aberto da Austrália e diz que não jogará os da França e da Inglaterra para não ter vacina. Deixa de ser o maior ganhador de títulos de todos os tempos para manter seu negacionismo.
Na África, 85% da população ainda não teve o ciclo vacinal completo. E o número de mortes no continente é baixo. Como se explica isso? Subnotificação? Mas, se estivesse ocorrendo muitas mortes, isso estaria à mostra e a imprensa mundial teria noticiado. Alguns até aventam a hipótese de que as pessoas dali talvez tenham algum tipo de imunização própria. Só especulação, nada provado ainda.
É também quase inexplicável o que ocorre na China. Um país com mais de 1.3 bilhões de pessoas e o número de mortes não chegou ainda a cinco mil. Mato Grosso, com 3.5 milhões de habitantes, tem mais de 14 mil mortes. E, no caso da China, tem uma província que tem mais de 80% do total de mortes do país. Tem cidades, com milhões de habitantes, que tem 7 ou 8 mortes.
Subnotificação? Os correspondentes da imprensa internacional já não teriam descobertos que o país está escondendo números? A quantidade de mortes seria tão grande que ficaria à vista. Não apareceu nada disso.
Na América Latina a coisa foi em outra direção. Brasil, México, Colômbia, Peru, Argentina estão entre os que mais tiveram mortes por covid no mundo. Se comparado com o que ocorre na África e na China o caso regional estarrece.
Noticia boa é essa de que em pouco tempo teremos remédios nas farmácias para combater a covid. Como se fosse um remédio para gripe. Os especialistas mostram que o mundo vai conviver com a covid sabe-se lá por quanto tempo. A vacina e os remédios ajudarão nessa convivência não desejada.
A OMS criou um grupo de trabalho para estudar meios e alternativas para enfrentar, no futuro, outros tipos de pandemia. Nem é bom especular sobre essa sombria possibilidade futura.
Alfredo da Mota Menezes é Analista Político.
E-mail: pox@terra.com.br site: www.alfredomenezes.com
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