Chegamos a 2022! Um ano em que teremos eleições para presidente da República, governadores de Estado, senadores e deputados federais e estaduais. E é cada vez mais indispensável a discussão da participação feminina na política. Isso porque, apesar de sermos a maioria dentre os eleitores, ainda somos (uma pequena) minoria na ocupação de espaços de discussão coletiva e de tomada de decisões.
Nas últimas eleições municipais (2020), segundo dados da Justiça Eleitoral, do total de 557 mil candidaturas em todo Brasil, pouco mais de 187 mil, ou seja, apenas 33,6%, foram de mulheres, tendo sido eleitas apenas 9,1 mil para os cargos de prefeitas, vice-prefeitas e vereadoras. É fato que o percentual de candidaturas de mulheres em 2020 supera o cumprimento da cota exigida (30%), mas está aquém do potencial de representatividade que nós mulheres temos.
Nas majoritárias de 2018, o percentual de candidaturas femininas foi de 31,6%, sendo 9,2 mil entre os mais de 29 mil candidatos, das quais apenas 290 foram eleitas.
Este cenário é ainda bastante preocupante, porque demonstra que mesmo sendo mais de 77 milhões de mulheres, ou seja, 52,2% dos eleitores, somos uma minoria entre candidatos e eleitos.
Em Mato Grosso, nossa realidade é a mesma que a do restante do país. Mesmo nós sendo 50,7% do total de eleitores e 31,6% do total de candidatos, em 2018, das 40 vagas disputadas nas eleições majoritárias (considerando Assembleia Legislativa, Câmara Federal, Senado Federal e Governo do Estado), apenas cinco foram ocupadas por mulheres (contando duas suplentes de senador), correspondendo a 12,5% do total.
Mas o que ainda falta para que mais mulheres participem da política?
Ouso dizer esse é um problema estrutural do Brasil, onde o enfrentamento dos problemas diários, a dupla e muitas vezes tripla jornada feminina, entre outros aspectos, ainda afastam as mulheres da participação política. Sem contar a resistência que muitas siglas políticas impõem à liderança feminina.
No PSB Mato Grosso essa realidade é diferente. Das 15 mulheres eleitas prefeitas em 2020, duas são do PSB. A sigla conta também com duas vice-prefeitas e 23 vereadoras dentre os 142 parlamentares municipais eleitos pelo partido na última eleição. Temos no Brasil mais 283 mil filiadas, o que representa 44,29% do total. A sigla possibilita amplos debates que envolvem a pluralidade e a diversidade, o que faz da nossa legenda um espaço de acolhimento e estímulo às lideranças.
Em 2022, o PSB Mulher Mato Grosso planeja se tornar palco para o protagonismo feminino nas eleições que se avizinham. Vamos oportunizar o debate político-partidário difuso, visando discutir todos os aspectos que envolvem melhorias para a sociedade.
Sabemos que nós mulheres temos uma percepção aguçada para temas, principalmente, aqueles que se referem a nós, fator que é essencial para a construção de políticas públicas, cuja discussão não pode ser terceirizada ou delegada a quem não possui a mesma percepção.
Por isso, conclamo as mulheres para fazerem a diferença em 2022 e colocar nossa voz a serviço da democracia. Definitivamente chegou a hora de um verdadeiro e eficaz protagonismo feminino.
*Katiuscia Manteli é jornalista, secretária de Serviços Legislativos da ALMT, secretária do PSB Mulher/Cuiabá e coordenadora de comunicação do PSB/MT.
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