Não será exagero que a pandemia do corona vírus perdeu a sua força no final de 2021. Mas deixou poderosas lições. Quem talvez devesse aprender mais com as mudanças ocorridas, seria a política. Mas a política brasileira sempre foi má aluna. Tipo aquele aluno do fundão que faz bagunça e esconde a ignorância fazendo gracinhas sem graça.
Mesmo sendo um ano muito decisivo de eleições, a política mantém a mesma postura e a mesma linguagem antiga que já está pra lá de cansada na cabeça do eleitor. Principalmente depois da pandemia, quando a política só deu vexames. Roubos vergonhosos do dinheiro da pandemia. Desvios vergonhosos. Total ineficiência. CPI da Pandemia carimbada. Lastimável.
No mundo inteiro a pandemia deixou um rastro de transformações. No Brasil não seria diferente. Eleitor sofrido e cidadãos com a carga de muitos sofrimentos. Mas a política continua conversando com a sociedade usando a mesma linguagem de surdo-mudo. As mesmas coligações de partidos que existem sem razão de existir. O mesmo vazio de ideias. As mesmas pesquisas de opinião que fraudam a racionalidade e não envergonham os compradores desses números vazios.
A mesma sede de poder. O poder pelo poder. Uns discursam usando velhos chavões ideológicos herdados do distante século 19 e sucessivamente fracassados ao longo do século 20. Outros agarram-se a teses liberalistas que não compreendem. Ambos prometem sucesso aos cidadãos. Mas o sucesso mesmo é a sua sede de poder. O poder pelo poder.
Também não será exagero acreditar que grande parte do eleitorado e da sociedade vai se encantar com os números das “pesquisas”. E vai votar numa onda de poder como se dela dependesse tudo. Eleita, a onda cuidará de si, dos seus e dos seus negócios. Simples assim.
A civilização caminha lenta no planeta. Avança e recua. De tempos em tempos avança mais do que recua. É de se esperar que a pandemia que arrasou corações, mentes e a economia mundiais, chegue ao livre arbítrio coletivo brasileiro. E desta vez avance além dos nossos penoso vôos de galinha das últimas décadas.
A História tem mostrado bem que de tempos em tempos a represa arrebenta. No caso do Brasil, difícil de acreditar, apesar de tudo. Adoramos um “messias” enfeitado com asas de pavão discursando. Seria uma pena desperdiçarmos as lições de 2020, de 2021 e a chance de aprendizado de 2022. Mas, enfim...! O Brasil é o Brasil!
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso.
Ainda não há comentários.