• Cuiabá, 03 de Dezembro - 00:00:00

Retorno às aulas?!

Retorno às aulas? Mas, não está tendo aulas? Depende: no sentido mais convencional em que o aluno vai até a escola e tem acesso a sua carteira e ao seu professor, em um determinado turno por 4 horas seguidas, não está de fato acontecendo. Contudo, isso não significa não ter aulas, pois estas estão sendo ministradas de uma forma bem diferente das que tínhamos até então. Pois, no cenário pandêmico a escola teve que ser reinventada, urgentemente, sem passar por aviso prévio.

Cuiabá, e praticamente o mundo inteiro vivencia um contexto de pandemia do SARS-CoV-2 em que não se aconselha aglomerações, para o bem da saúde pública. Nesse caso, o que fazer se escola é por natureza organizada por agrupamentos, sobretudo de alunos e professores?

Em busca da resposta para tal situação, os profissionais da educação em suas diferentes esferas de atuação, sala de aula, gestão escolar, secretarias, pesquisadores e outros, tiveram que se reinventar e botar a criatividade para trabalhar no limite máximo de suas possibilidades.

Embora, acostumados com as mudanças e alterações que ocorrem cotidianamente, posto que a profissão em si, os fazem entender o quão dinâmico é o cenário social, contudo o presente é um desafio ímpar. Nesse cenário, surgiu o que se designou ensino remoto, medida adotada pela maioria das escolas, como uma opção possível para a educação na pandemia.

O termo “remoto” significa distante no espaço e se refere a um distanciamento geográfico com o objetivo de evitar a disseminação do vírus. Nesse caso, o ensino remoto foi positivo, pois de certa forma cumpriu a função de assegurar as restrições impostas pela saúde no enfrentamento da pandemia, ao mesmo tempo possibilitou que as atividades escolares não fossem interrompidas, ou seja, garantiu o tão importante vínculo do aluno à escola. 

Nele a interação do aluno com o professor tem a necessidade do uso de recursos tecnológicos. Foi necessário pensar em atividades pedagógicas mediadas pelo uso da internet, pontuais e aplicadas em tempo real e off-line. A ideia inicial foi que professor e alunos de uma mesma turma tivessem interações nos mesmos horários em que as aulas da disciplina ocorreriam no modelo presencial. Constitui em manter a rotina de sala de aula em um ambiente virtual acessado por cada um de diferentes localidades.

O professor precisou se adequar à nova realidade, ou seja, nesse trabalho buscou implementar melhorias dentro das condições que possuía para realizar o melhor possível o desenvolvimento das aulas. E fizeram para garantir o vínculo e os requisitos mínimos, além de manter os alunos assíduos e interessados frente a realidade considerando os modelos do ensino remoto.

Antes da pandemia, o uso da internet, não era uma prática muito disseminada, mas, com as experiências recentes, tem sido um recurso de muita utilidade e gerado muito aprendizado para todos. Isso porque no lugar das aulas presenciais, os professores, propõe entre outras atividades, pesquisas e usam por exemplo, áudios com orientações para que os estudantes executem as atividades sozinhos, ou com ajuda de pais e ou responsáveis em casa. 

A experiência proveniente da situação atual não deve ser desprezada, ao contrário, valorizada e trazida para o centro de discussão, como novas formas e possibilidades de avanço no desenvolvimento das ações pedagógicas. A formação continuada dos professores deve priorizar a troca dessas experiências para enriquecer e fortalecer, no sentido de mobilizar novos conhecimentos e recursos e desse modo, encontrar soluções que contribuam para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem.

Voltar ao modelo antigo é um tema polêmico, suscita burburinhos e aborda, indiretamente, alguns receios. Uma gama de dúvidas não sanadas, sobre a forma de aulas atuais, está incidindo na comunidade escolar. Entre as mais comuns: regressar às aulas presenciais sem que todos tenham se vacinado; a nova dinâmica escolar a ser adotada; sobre o planejamento escolar; o desenvolvimento das atividades; o escalonamento no modelo híbrido; o tratamento que se dará aos conteúdos curriculares previstos para os anos de 2019 e 2020 que não foram trabalhados, enfim como ficará a turma que não teve acesso, ou tiveram de forma insuficiente nos anos de pandemia.

Enfim, muito foi feito, todavia ainda temos muito a fazer.

 

Débora Marques Vilar é Secretária Adjunta de Educação de Cuiabá/MT - Professora Especialista.



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