O sopro cardíaco é o ruído que pode ser ouvido – auscultado durante o exame clínico – e que é produzido pela passagem do fluxo de sangue pelas estruturas do coração.
O sopro no coração acontece quando o sangue precisa passar por um orifício que está menor do que deveria. Assim, como se enfrentasse maior dificuldade para fazer a travessia, a passagem do sangue acaba por emitir o som.
Então, o sopro cardíaco trata-se de um sinal do peito de que algo pode não estar no seu perfeito estado de funcionamento.
Há dois tipos de sopro: o funcional ou fisiológico, que é chamado também de sopro inocente, e o sopro patológico, que pode ser resultado de problemas no coração, como alterações nas valvas cardíacas.
Sopro Funcional ou Fisiológico
Neste caso, o sopro no coração não representa nenhuma outra alteração, não está relacionado com patologias e não necessita de tratamento. Ele ocorre em razão de um fluxo turbilhonar – mais agitado – do sangue pelo coração mas sem significar, no entanto, alteração física no órgão. Esse tipo de sopro cardíaco pode ser efeito de alguma doença sem relação com questões cardíacas, tais como a febre e anemias, ou até mesmo surgir após a prática de uma atividade física. Os sopros considerados inocentes são comuns em crianças e estima-se que de 50 a 70% delas apresentam esse tipo de sopro na idade escolar – sem que haja qualquer comprometimento no desenvolvimento saudável dos pequenos sopros.
Sopros Patológicos:
Mais raros, porém exigem uma atenção maior, pois são sinais de problemas no coração, como alterações nas válvulas cardíacas (estenose aórtica ou insuficiência valvular).
Por isso, é importante ficar atento ao alerta passado pelo ruído e somente um diagnóstico médico será capaz de identificar o tipo de sopro e seus desdobramentos. Os sopros patológicos podem ser também resquícios de complicações de doenças como a febre reumática – uma doença inflamatória autoimune que afeta as articulações – e as miocardites – inflamação do músculo miocárdio do coração.
Quais as causas do sopro no coração?
O sopro no coração funcional acontece quando o fluxo sanguíneo passa mais rapidamente pelo coração. Assim, ele pode acontecer quando se pratica exercícios físicos ou quando se tem febre. Nestes casos, o sopro some naturalmente.
Já no caso do sopro patológico, as causas podem estar relacionadas ao mal funcionamento de uma válvula cardíaca degenerada, quando o orifício de passagem está reduzido ou quando existe a dificuldade de se fechar.
Aqui, é preciso que o médico cardiologista faça a avaliação correta e o diagnóstico para que possa identificar a origem do ruído.
Outras causas para o sopro considerado anormal são infecções e condições que comprometem as estruturas do coração. Entre elas, podemos citar a endocardite.
No caso de bebês e crianças, o sopro patológico, na maioria dos casos, é gerado por alguma questão cardíaca congênita que pode vir a comprometer a formação do coração durante seu desenvolvimento.
Quais os sintomas do sopro no coração?
• falta de ar
• tosse crônica
• veias do pescoço aumentadas
• falta de apetite
• tontura
• pele azulada
• transpiração intensa mesmo sem esforço algum.
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Quais os fatores de risco para sopro no coração?
• História familiar doenças cardíacas
• Uso de determinados medicamentos, álcool ou drogas na gestação;
• Doenças durante a gestação
• Hipertensão
• Histórico de febre reumática
• Radioterapia próxima do peito
• Endocardite anterior
• Infarto anterior
• Hipertensão pulmonar
• Músculo do coração fraco
Como é feito o diagnóstico do sopro no coração?
O diagnóstico do sopro no coração deve ser feito por um médico cardiologista, durante o exame clínico, e também por meio de exames de imagens complementares, como eletrocardiograma, raios X de tórax e ecocardiograma.
Então, ao se dar conta de algum dos sintomas citados acima ou fatores de risco, é fundamental procurar pela orientação médica para um diagnóstico correto e seguro.
Como é o tratamento para sopro no coração?
No caso do sopro fisiológico, o coração é absolutamente normal e, como citamos, o ruído pode sumir naturalmente Assim, é possível viver a vida sem restrições.
Já nas situações em que o sopro é patológico, dependendo da gravidade, o tratamento pode ser feito por meio da administração de medicamentos e também por cirurgia.
Mas o caminho que será seguido para tratar do sopro no coração deverá ser definido pelo médico cardiologista responsável, em conjunto com o paciente.
Por fim, vale lembrar sempre que os problemas cardíacos, em sua maioria, podem ser evitados ou amenizados quando se adota um estilo de vida mais saudável, que inclua a prática regular de atividades físicas, uma dieta equilibrada, mais prazer e menos estresse, certo?
Max Lima é médico especialista em cardiologia e terapia intensiva, conselheiro do CFM, médico do corpo clínico do hospital israelita Albert Einstein, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia de Mato Grosso(SBCMT), Médico Cardiologista do Heart Team Ecardio no Hospital Amecor e na Clínica Vida , Saúde e Diagnóstico. CRMT 6194
Email: maxwlima@hotmail.com
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