• Cuiabá, 21 de Novembro - 00:00:00

Vamos nos ocupar da Educação no Brasil   

Ontem, nas andanças da função, num pequeno município de Mato Grosso, enxergamos uma escola fechada. Era só um espaço físico.  

Você sabe leitora amiga, o chão e as paredes também ensinam.  

E você também sabe que discutir educação no Brasil não é decidir quando voltam as aulas presenciais. Não se consegue, sozinho, resolver um problema complexo, com vários níveis, dimensões, interfaces; pior, não se pode simplificá-lo como se fosse uma simples escolha relativa a dois pontos de vista: abrir as escolas ou mantê-las fechadas.  

Mirem e vejam, considerem, com seriedade, a função da escola na nossa vida. O seu lugar social, a sua importância na cultura do cotidiano e na fundação do ser humano.  

A escola é espaço cheio de boniteza, terra repleta de vida. Seja uma escola com todas as condições, seja ela uma escola onde não tenha quase nada. Seja uma escola onde haja professores que digam que você é “fraquinho”, seja onde exista professores que mostrem que você pode fazer tudo – há lugares/pessoas que nos roubam e há os que nos devolvem. Olha! Mesmo faltando, nela existe o essencial: gente.  

Ora! É só nas gentes que a gente se faz gente.  

Vêm à mente – ao coração… ao corpo inteiro – palavras de Paulo Freire, que disse: Não se trata só de prédios, salas, quadros, programas, horários, conceitos… Escola é sobretudo, gente. Gente que trabalha, que estuda, que alegra, se conhece, se estima. O Diretor é gente, o coordenador é gente, o professor é gente, o aluno é gente, cada funcionário é gente.  

A escola é paragem, recinto de encontro com o outro; logo, de encontro consigo mesmo. Ambiente para se reconhecer.  

As escolas públicas sempre fizeram parte da minha caminhada, quando era estudante e agora que sou trabalhador-estudante. Este equipamento público singular, valioso e de acesso universal faz uma falta!  

E esse diálogo, emudecido, entre a escola e a cidade? Como se a criança-aluna não fosse também a criança-filha ou a criança-cidadã. Como se os pátios escolares nunca se encontrassem com as praças, como se a árvore que você subiu no fundo da escola não se comunicasse com a da beira rio que você toma banho.  

A escola não pode mudar tudo e nem mudar a si mesma sozinha, está intimamente ligada à sociedade, à vida que a rodeia e a penetra. Vamos ocupar as escolas… e nos ocupar das escolas, vamos nos ocupar da Educação no Brasil.  

  

Emanuel Filartiga é promotor de Justiça em Mato Grosso. 



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