Cansado da mesmice politica de Washington, o eleitor norte-americano buscou um nome fora do sistema, ganhou Donald Trump. Isso tem ocorrido em outros lugares, incluindo o Brasil.
O novato, Trump, machucou a democracia dos EUA perante o mundo. Machucou também o partido Republicano por muitas eleições. Desqualificou o processo eleitoral ao insistir que houve fraude na eleição. Entrou com dezenas de ações, perdeu todas. Mas Trump continua com aceite popular nos EUA. Mostra um país dividido e com muitos descontentes de direita. Um perigo para os EUA e o mundo.
Dez ex-ministros da defesa dos EUA assinaram uma nota, antes dos eventos no Capitólio, alertando as forças armadas sobre a situação no país. Um assessor do governo pediu até lei marcial. Não parece a América Latina de anos atrás? Não parece uma república bananeira também?
O banimento das redes sociais fez Trump e o grupo que o apoia migrarem para a plataforma Parler, que trabalha mais com grupos conservadores. Google e Amazon disseram que não dariam espaço a isso também. Este banimento vai repercutir no mundo, incluindo o Brasil. Gentes que apoiam o governo Bolsonaro podem ser afastados das mídias sociais. Um baque político eleitoral enorme.
No Brasil, o ministro do exterior chamou os invasores do Capitólio de gentes de bem. Que a bagunça foi praticada por infiltrados, ou seja, do partido Democrata, para prejudicar Trump. Como um chanceler escreve um troço desses?
Bolsonaro diz que houve fraude na eleição norte-americana. Ele, como Trump, não apresentaram provas. Ele até disse que tinha informações seguras dos EUA sobre fraude. Esquisitices, para agradar Bolsonaro, produzidas pelo embaixador do Brasil em Washington.
Bolsonaro também falou que coisa pior pode ocorrer no Brasil se não modificarem o voto por urna eletrônica. Disse que ganhou a eleição no primeiro turno e iria mostrar provas “brevemente”. Até agora nada.
Mais coisas do momento. O governador de São Paulo, João Doria, quis aumentar o ICMS sobre bens da agropecuária. A contestação foi grande, teve que recuar. O absurdo da medida é que a pandemia está crescendo, desemprego também, renda caindo e ele quis aumentar imposto em produtos que vão para a mesa do cidadão.
A vacinação é outra esquisitice do momento. São Paulo fala em iniciá-la em 25 de janeiro. O governo Bolsonaro também quer essa vacina da Coronavac. Mas antes, quando o Pazuelo disse que iria comprar 46 milhões de doses, ele deu um cascudo no ministro. Agora vai comprar a mesma vacina.
Mas quer iniciar de qualquer maneira antes de São Paulo. Vai comprar vacinas da Oxford fabricada na Índia. Para ser o primeiro a iniciar a vacinação, Bolsonaro até mandou correspondência ao primeiro ministro do país pedindo sua interferência para apressar o envio da vacina. Se vier logo, começaria no dia 20 de janeiro. Antes de São Paulo.
Não parece atos de grêmio estudantil essa ridícula disputa entre Bolsonaro e o Dória no meio da maior crise na saúde dos últimos cem anos? Coisas esquisitas do momento.
Alfredo da Mota Menezes é Analista Político.
Email: pox@terra.com.br Site: www.alfredomenezes.com
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