Após a morte de Diego Maradona apareceram muitas análises sobre sua atuação por clubes e pela seleção argentina e também comparações com o que fez Pelé em clubes e na seleção. Mais comentários se teve depois que Lionel Messi marcou 644 gols com a camisa do Barcelona, batendo Pelé que fizera 643 pelo Santos.
Uma escarafunchada na vida futebolística desses três grandões do futebol. Maradona fez 345 gols em 680 jogos. Nos clubes 311 gols em 589 partidas e pela seleção argentina 34 gols em 91 partidas. Messi fez 715 gols em 891 partidas ou 644 pelo Barcelona e 71 pela seleção da Argentina. Pelo Barça foram 749 partidas e na seleção 142 partidas.
Somando os gols de Maradona, 345, com os de Messi, 715, seriam 1.060 gols, tanto nos clubes quanto na seleção. Esses gols foram feitos, repete-se, em 891 partidas de Messi e 680 de Maradona. Somando essas partidas seriam 1.571 dos dois craques argentinos.
Pelé tem 1.282 gols em 1.367 partidas. Pelo Santos, em partidas oficiais, fez 643 gols em 660 jogos ou 0,97 gol por partida. Messi, repetindo, marcou 644 gols pelo Barça em 749 partidas ou 0, 85 gol por partida.
Messi jogou 89 partidas a mais pelo Barcelona que Pelé pelo Santos. Se Pelé fizesse 0,97 gols, sua média, com mais 89 partidas teria algo como 80 gols mais que Messi em atuação por cada clube.
Pelé, com a seleção, marcou 95 gols em 115 partidas. Messi, repete-se, tem 71 gols em 142 partidas pela seleção. Maradona fez 34 gols pela seleção em 91 partidas. Messi e Maradora, somados na seleção, fizeram 233 partidas e 105 gols. Os dois argentinos fizeram 10 gols a mais que Pelé na seleção, mas com 118 partidas a mais do que o santista fez pela seleção.
Somando os gols de Maradona e Messi, em clubes e na seleção, seriam 1.060. Somando as partidas dos dois seriam 1.571, tanto na seleção quanto nos clubes. Pelé fez 1.282 gols em 1367 partidas. Pelé sozinho tem mais gols do que os dois argentinos juntos e em menos partidas.
Pode-se alegar que Pelé fez tantos gols jogando no Brasil e que jogar na Europa seria outra coisa. Não esquecer que o Brasil foi campeão do mundo em 1958, 1962 e 1970, momento máximo do Pelé e do futebol brasileiro. Em quatro Copas seguidas, o país faturou três.
O Brasil era disparado o país com o melhor futebol do mundo e a maior quantidade de grandes jogadores. E quase nenhum ia jogar na Europa que não tinha ainda o poderio econômico que os campeonatos têm hoje ali.
Os campeonatos estaduais, além do Torneio Rio-SP, eram duríssimos e com os maiores craque do mundo no período. E mais: todos os anos o Santos fazia longa excussão pela Europa, jogando com os melhores clubes de lá e até com seleções nacionais.
Em síntese, Pelé sozinho fez mais gols em menos jogos do que os dois grandes craques argentinos somados.
Alfredo da Mota Menezes é Analista Político.
E-mail: pox@terra.ciom.br Site: www.alfredomenezes.com
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