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Uma eleição diferente

  • Artigo por Alfredo da Mota Menezes
  • 04/06/2020 08:06:45
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            A Associação Mato-grossense dos Municípios, e outras entidades municipais pelo Brasil, mandaram uma carta ao Congresso pedindo que a eleição para prefeitos e vereadores deste ano, devido à pandemia, fosse transferida para 2022. E ali se fizesse uma eleição geral de vereador a presidente da República.

           Não pega bem prefeitos pedirem para ficarem no poder por mais dois anos sem eleição. Mas, não como querem os prefeitos, a data da eleição deve ser transferida por alguns meses. Falam que seria para dezembro, incluindo o segundo turno.

            Diz o novo presidente do TSE, Luís Barroso, que em junho a justiça eleitoral toma uma decisão de quando seria a nova data da eleição. Para mudar a data é preciso votação no Congresso e que se tenha dois terços de votos para a mudança.

            Será uma eleição diferente. Com o coronavirus ainda rondando, se não acharem antes uma vacina, seria uma eleição sem muita aglomeração, comícios, eventos grandes, abraços. E uma eleição de tempo mais curto.

           Além da pandemia, tem dados novos e próprios desta eleição. Não haverá coligação para vereadores. Cada partido lança seus candidatos que devem ter um número determinado de votos ou não elege nenhum vereador. Não haverá, como antes, soma de votos de legenda para eleger candidatos. Provavelmente se terá muitas candidaturas a prefeitos para tentar puxar votos para seus candidatos a vereadores por cada partido.
            Outra novidade é o fundo eleitoral que, associado ao fundo partidário, pode jogar uma montanha de dinheiro publico na eleição municipal. Sem contar o que virá por fora, como sempre aconteceu e deve continuar acontecendo, apesar da lei dizer que não pode.

            Partidos maiores levarão vantagens. Terão tempo maior no horário gratuito de televisão e rádio. Numa eleição mais curta, sem grandes eventos, esse horário gratuito deve ajudar quem tem mais tempo. Além disso, tendem a ter mais candidatos a vereadores com chances de ser eleitos que podem ajudar nas candidaturas a prefeitos.

            Esses partidos maiores levam ainda outra vantagem: mais recursos públicos para a eleição. É que o dinheiro é distribuído de acordo com o tamanho da bancada de deputado federal de cada legenda. Quem tem mais leva mais.

            Será também uma eleição com forte presença da mídia social. Eleição mais curta, sem grandes eventos, partidos menores, com menos tempo no horário gratuito, menos recursos, vão usar bastante esse meio para tentar chegar ao eleitor.

            Fakes news ou notícias mentirosas farão parte da eleição. Até mesmo autoridades da justiça eleitoral falam sobre essa realidade. Dizem que, se pegam, punem quem deve ser punido. Mas é difícil, num fuzuê eleitoral, numa eleição curta, encontrar culpados por notícias falsas.

         Na última eleição norte-americana para presidente, país com tecnologia mais apropriada para coibir isso, as noticiais falsas estavam presente. Até se fala que ajudou a eleger Donald Trump. Como impedir, na eleição para vereador e prefeito, que não haja cutucões mentirosos em cima de candidaturas? Neste aspecto será uma eleição complicada.

 

Alfredo da Mota Menezes é Analista Político.

E-mail: pox@terra.com.br   Site: www.alfredomenezes.com



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