O coronavirus empurrou a eleição para o Senado em Mato Grosso para outra data. Pode ser antes da eleição de outubro para prefeitos e vereadores ou pode ser na mesma data. Digamos que a eleição para o Senado seja em outubro junto com a de prefeitos e vereadores.
O candidato ao Senado que tiver alguns partidos na coligação pode levar vantagem. Esses partidos devem ter candidaturas a prefeitos e vereadores pelo estado. Nessa eleição não terá coligação para vereadores, irá aumentar ainda mais o número de disputantes em cada legenda para ter votos mínimos para eleger alguém. Esses candidatos da coligação buscariam votos também para o Senado.
É preciso dizer que as convenções realizadas, e que deram as atuais coligações, podem ser anuladas. E podem ocorrer mudanças em coligações antes formadas. Tem que levar em conta ainda que candidaturas a prefeitos podem alterar coligações já formadas para o Senado.
Também pode ocorrer que, candidato já indicado ao Senado, deseja disputar a eleição para prefeito. Teria que desistir de uma ou outra, não pode as duas ao mesmo tempo.
Os candidatos ao Senado em partidos maiores, aqueles que têm muitos prefeitos e vereadores e que terão muitos nomes nas disputas municipais, também levam vantagem. Teria muita gente pedindo votos para eles.
Se aquela decisão monocrática do STF se confirmar quem estiver sentado na cadeira da Selma pode se beneficiar. É que, como senador, pode realizar serviços e atendimentos em Brasília que, em tese, pode ajudá-lo junto a prefeitos e prefeituras pelo estado. Ou nada disso ocorreria se a Selma fosse mantida no cargo até a eleição de outubro.
Para a candidata que tem o apoio do Bolsonaro teria sido melhor a eleição em abril, não em outubro. Se coincidir as eleições, sem coligação, teria quase nenhum prefeito e vereadores ajudando sua candidatura.
Tem muita gente que votaria nela de qualquer forma porque são bolsonaristas e tem receio de que, se ela fracassar, machucaria a imagem do presidente não só em MT. Se ocorresse, muitos que defendem o governo Bolsonaro perderiam o discurso. A candidatura dela, por este viés, é competitiva, mesmo sem apoios de vereadores e prefeitos.
E, por fim, com o é que ficaria o já distribuído horário na TV e rádio das candidaturas ao Senado? Teríamos dois horários gratuitos: um para Senado, outro para a eleição municipal? Ou seriam misturados? De que forma? Ao se misturar, as atuais coligações poderiam ser alteradas? O TRE vai ter que voltar a campo nesse assunto, se a eleição for mesmo em outubro.
A decisão do TSE foi acertada em mudar a data da eleição. Com a enorme quantidade de títulos cancelados em Mato Grosso por causa da biometria não feita, mais uma alta abstenção com o receio do coronavirus, seria uma eleição com votação xoxa para o Senado.
Alfredo da Mota Menezes é Analista Político
E-mail: pox@terra.com.br Site: www.alfredomenezes.com
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