A esquerda está passando por uma crise de identidade, não sabe exatamente como se posicionar e o quê propor.
Também tem se comportado como os partidos oligárquicos, tanto na sua burocracia interna, quanto na política de alianças, com pragmatismo na veia, glicerina pura e simplesmente, pelo menos parte dela.
Enquanto outra parcela está descolada da realidade e das aspirações da população, com raras exceções, dialogando em mandarin com pinguins, com sectarismo e puritanismo místico.
Não adianta responsabilizar exclusivamente o outro lado como sendo um problema vindo de Marte, quando se é, sim, parte significativa do imbróglio.
Uma mudança de postura em direção ao projeto originário, atualizado para o presente e visionário para o futuro, outrossim com a profilaxia de suas estruturas, em parte pútedras e marchando na contramão de sua história, legado e bandeiras, princípios e valores básicos e elementares, portanto, descaracterizada, é imprescindível, é necessária.
É só ver o desenho desse espectro na eleição para o Senado em Mato Grosso: tragédia, sectarismo, e farsa, pragmatismo, ao mesmo tempo.
Nenhuma expectativa, nada de esperança, apenas fisiologismo, autofagia, vácuo e desconfiança, com desprezo às suas principais lideranças, em benefício de caciques sem chances alguma de sair do lugar.
Isso se as caravanas de um bonde só não descerem ladeira abaixo, de marcha-ré e com os freios estragados. O estrago está feito! Sem comentar de outra ala que serviu de puxadinho da outra mão.
Paulo Lemos é articulista de opinião.
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